Ventotto

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Havia ligado e pedido para Catarina passar o dia com Olívia e arrumasse coisas para fazer que pudesse fazer com que minha loirinha distraísse a mente. Logo mais Leonardo me ocuparia com inúmeras reuniões a respeito de minha conduta, então seria melhor para ela que não se preocupasse comigo durante todo esse tempo fora.

Liv ainda dormia quando deixei o quarto e desci para tomar café da manhã. Para minha sorte, meu pai resolveu que não entraria em detalhes comigo a respeito dos últimos acontecimentos, porque também estava disposto a ouvir as versões de Leonardo e de qualquer outro membro envolvido no retorno à Capri.

Isso me deixava tranquilo e ansioso na mesma proporção. Sabia que meu pai não era do tipo que me puxaria a orelha em meio ao conselho, mas se ele estava deixando tudo para a reunião, algo grande estava por vir.

Tomamos café juntos e só falamos de coisas cotidianas, fiquei feliz em notar que pelo menos ele não tratava Olívia como uma inimiga, sendo que a única coisa que fez foi perguntar coisas referente ao que ela precisava na casa e se já estava sentindo como se ali fosse o lar dela. Dio, até eu esperava que ela sentisse isso também...

Caminhava pelo hall, rumo a saída da mansão quando minha belíssima irmã adentrou, sendo acompanhada de suas duas babás, que carregavam os gêmeos logo atrás dela. Quando me viu, seu sorriso se abriu, iluminando meu dia e em uma corrida um tanto quando desajeitada, abriu os braços e me envolveu num abraço apertado. Aquilo era uma surpresa e tanto! O que será que Leonardo havia falado a respeito do olho roxo que lhe dei?

- Como você está? - Ela sussurrou, como quem contasse um segredo e franzi a testa ainda mais confuso.

- O que está dizendo?

- Leo me contou que brigaram. - Catarina suspirou e tocou minha bochecha com a destra, acariciando-me entre os pelos da barba - Disse que bateu nele para que ficasse no iate. E sei que sua intenção era protegê-lo.

Pelo visto, Callegari também andava quebrando algumas regras... 
Não era certo preocupar nossas mulheres, as deixando em alerta sobre o que acontecia dentro de nossos negócios. Catarina era minha irmã, é claro... Mas ainda assim, ele não podia abrir a boca e contar tudo o que nos ocorria. Por outro lado, conseguia entendê-lo, acho que estava longe de meu domínio dizer não para Olívia.

- Não está brava comigo? - Perguntei, levemente envergonhado por minha atitude.

- Dio, Filippo! Eu nunca ficaria. - Ela deu um sorriso suave e acolhedor - Se fosse eu no seu lugar, faria o mesmo e tentei fazer com que ele entendesse isso. Nem tudo se trata de negócios, não é mesmo?

Aquela era Catarina Fontana...

 A mulher de coração mais lindo que alguém podia ter a sorte de conhecer. Me perguntava se ela era dessa forma por ter crescido longe de toda a loucura e maldade que era os meios da máfia ou se aquela empatia toda era dela mesmo.
Olhei em meu relógio, sabendo que o tempo era crucial para tudo o que tinha planejado e me afastei um pouco dizendo:

- Papa está na cozinha! Leve os gêmeos para vê-lo.

- Leonardo está te esperando no carro. - Ela deu de ombros - Ele tá com o ego ferido, mas sei que saberá como contorná-lo. Nosso charme é de família. - Uma piscadinha se fez presente em seu rosto bonito.

Soltei uma risada baixa e a abracei de novo, beijando-a na bochecha de forma demorada:

- Eu te amo, bambina.

- Eu também amo você! - Seus olhos encontraram os meus e ela os semicerrou desconfiada - Devo acreditar que meu trabalho com Olívia seja só distraí-la ou está tentando mantê-la longe de algo?

Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora