Capítulo 38 - De volta à estaca zero

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Kara Zor-El  |  Point of View






— Kah... desfaz esse bico.

— Não.

— Kara... é aniversário da minha mãe. Tente ser agradável.

— Impossível com sua irmã enfiando a língua no estômago da minha.

— Meu senhor, Kara. Elas não são crianças, já são bem grandinhas e sabem o que fazem.

— Hakksihamao...

— Pode me xingar nesse dialeto estranho. Você está sendo imatura.

— Estou. Sou a mesma babaca imatura de sempre. – Eu disse levantando.

— Kara...

— Me deixa, Lena. – Percebi os olhares caírem sobre nós e fui para a varanda da mansão dos Luthor's.

Fiquei um tempo ali... até pegar um cigarro do bolso e o acender. Hábito horrível... que me pegou novamente.

Eu estava ansiosa... achando minha vida sem sentido. Não tenho um diploma e aparentemente não tenho vocação para
nada. É uma merda ver a Lena levantar pra trabalhar e eu ficar em casa o dia todo de cueca. E nem assunto temos... droga! Eu sou uma droga mesmo. Só sou boa no sexo, mas isso não é suficiente... eu queria oferecer mais que isso. Droga... droga.

— Noite difícil? – Ouvi a voz grave do pai de Lena e gelei. Sempre vou me urinar de medo desse homem.

— Pois é. – Ele me alcançou uma cerveja e se escorou na proteção da varanda junto comigo.

— Posso ajudar? Desabafar ajuda.

— Com o senhor?

— Não sou confiável?

— Sei lá. Sogros e noras não têm um código de amigáveis na frente do amor em comum, no nosso caso Lena. E se aproximarem o menos possível longe dela?

— Não. Eu sei que no começo fui mais duro, mas é meu papel. Não somos inimigos, só precisava ter certeza de que Lena estava em boas mãos.

— Ela não está.

— Como assim? Sobre a Super? Todos cometem erros, Kara

— Eu tenho dinheiro... mas Lena é uma mulher incrível. E eu... não tenho nada pra oferecer. Não tenho emprego e nem vocação para algo. Me sinto tão inútil.

— Você precisa se esforçar. Deve ter algo que você saiba, você é rica, pode abrir o negócio que quiser. Você sabe administrar... afinal, tocava uma facção sozinha. Com dois fuinhas que também devem estar precisando de empregos. Vocês deviam conversar.

— Já fizemos isso. Não temos nada em comum... só a habilidade com armas e lutas.

— Tem que ter algo. Vou pensar em alguma coisa.

— Tudo bem, Sr. Luthor. A conversa já me ajudou um pouco. – Ele bateu no meu ombro.

— Vou te esperar na cozinha. Tenho outra cerveja geladinha te esperando.

— Obrigado. – Ele saiu. Não disse pra ele, mas na última reunião que tive com Alex e Barry, a hipótese de voltarmos ao crime foi mencionada.

Estou tão confusa... droga. O segundo cigarro foi aceso e ao me virar para guardar o isqueiro, vi Lexa se aproximando. Nossa... não podia ficar pior.

— Kara... vamos lá pra dentro.

— Estou fumando.

— Está tudo bem?

Criminal Case - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora