Da guerra à paz - Como Treinar O Seu Dragão

Capítulo 4

 Do outro lado daquele oceano, algumas horas depois que Astrid partiu, ficou um Soluço sentado a beira do fogo refletindo o que viveu hoje. Reencontrou seu antigo amor. E como os deuses não poderiam ser mais castigadores pelo ruivo ter ido embora de casa, os fez inimigos. Banguela resmungou tentou animar o amigo. Seu eu de ano atrás nunca acreditaria se dissesse que a Astrid o ajudou a salvar um dragão. Se levantou e foi até o poço beber água. Viu seu reflexo. Depois viu o de Banguela e sorriu para ele. Acariciou seu pescoço e uma ideia veio a mente. Por que não ir para Berk? Ele já pensava nisso. Seguir Astrid para ver se ela chegou bem é uma grande ideia. Correu para casa e preparou uma bolsa com água e frutas e montou no dragão. Só se vive uma vez e nessa uma vez terá de encarar sua antiga vida.

Com a ajuda de um dragão, Astrid chegou com o nascer do sol. Melequento foi quem a avistou. Primeiro ele esfregou os olhos porque o bote estava andando rápido demais. Quando parou viu a loira remando. Ele desceu rápido até o porto, mas antes gritou que Astrid retornou. Vários vikings chegaram perto da beira da montanha para gritar a recebendo. Uma alegria e tanto. Nas nuvens, está Banguela e Soluço, escondidos, observando a alegria em que os Berkianos recebem a loira. Ele avista um lugar do Grande salão que pode se esconder. Ele pousa ali, deixando o dragão escondido ali em cima e se senta entre as vigas de madeira vendo e ouvindo os cumprimentos que a amiga recebe. Até que é surpreendido.

— Astrid — Stoico sai do salão a chamando — Aí está a futura líder de Berk.

Soluço sussurra a frase dita para si mesmo tentando entender.

— É, oi Stoico.

— Como foi sua busca? Mas deixe me falar primeiro. Agora que voltou devemos iniciar seu treinamento para ser líder, não devemos esperar mais.

Ela resmungou algumas palavras incompreensíveis e o líder apenas a abraçou mais uma vez. Está feliz da sua escolhida estar de volta em casa. Soluço apenas observa como o pai não mudara nada, continua imenso. Mas ainda busca entender o porque seu pai chamou Astrid de futura líder. O viu sussurrar algo e ela se espantar.

— Ah, Stoico, eu tenho uma novidade para você. É sobre o Solu...

Foi atingida por uma pedra pequena antes que terminasse de falar. Olhou para os lados e quando voltou para frente, Stoico já havia sido carregado pelos vikings para conversarem. Foi Soluço quem jogou a pedra. Pensou que ainda bem veio atrás dela. Quando suspirou, ouviu Astrid ser chamada por uma voz rouca. Reconheceu ser Cabeça dura. A voz não mudou nada com os anos, e nem a aparência.

— Astrid, minha nobre viking preferida. Já que voltou, que tal treinar aqueles adolescentes empirraçados que não escutam a gente.

— É. Não conseguimos disciplinar eles por nada. Falamos em diversos idiomas e eles não entendem nenhum — Cabeça quente se aproxima — Perna de peixe está lá limpando a academia da bagunça de ontem.

— Vou falar com ele.

Uma lâmpada acendeu sobre sua cabeça e correu até a academia. Quem mais acreditaria nela quando falasse sobre o Soluço? Eles foram amigos. Perna de peixe sofreu um pouco quando o amigo inteligente foi embora, porque não há nenhum inteligente ali como o Soluço com armas. Quando chegou, o viu com a vassoura na mão.

— Perna, tenho uma coisa para te contar.

— Me contar? O que viu na sua última jornada?

— Eu vi o Soluço!

Pedras caem dentro da academia. Foi uma pequena avalanche que não ameaça nem mosca. Os dois olharam para cima vendo nada. Astrid lembrou ter sido acertada por uma pedra mais cedo. Mas o que estaria acontecendo?