Capítulo 2

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No caminho, Astrid observou mais Soluço. O cabelo castanho rebelde e seu corpo. Ele é alto. Um traje que ela não sabe do que é feito. Quem o viu em Berk, jamais acreditaria se dissesse que um dia ele seria como hoje. Observou sua nova casa. Uma pequena fazenda com galinhas e iaques. Uma horta com um ou dois tipos de verduras. Uma casa. Que olhando de fora, lembra Berk. Se manteve calada até chegar perto da porta, onde Soluço abriu e segurou para ela entrar. A loira se assustou ao ver um Terror terrível dormir em uma cama. O ruivo o espantou abrindo a porta para ele ir embora.

— Como aguenta esses animais? — olhou para o telhado — É alto.

— Fiz alto por causa do Banguela. Ele dorme aqui comigo.

— Por que deu um nome a esse bicho?

Banguela resmungou a imitando. Ela fez uma cara feia de reprovação.

— Ele é meu melhor amigo. Ele me protege desde que fui embora, você sabe, de casa.

— Mas por quê? Sabia que seu pai ficou doente com sua morte? — fez aspas na palavra morte.

Soluço murchou. Não tinha pensado nas consequências. Como saberia que aquele que tanto o rebaixou e cobrou sentiria sua falta a ponto de adoecer? Se sentiu um egoísta.

— Foi melhor assim. Conquisto terras, venço lutas, defendo meus amigos.

— Você só pode estar doido. Amigos? Eles nem falam. Eles só matam, roubam. São... São ladrões.

— Ah, e os vikings são diferentes? — desviou de um soco — E não foi isso que aprendi durante esses anos com eles. Eles me protegem. Viu minha espada — tirou da cintura — Ela pega fogo com a ajuda dos dragões.

— Isso é loucura. Você luta com a morte vivendo com eles e os salvando.

— Eu os salvo e os devolvo para suas famílias. Sabia que eles amam? Não imaginava que se umd dia eu encontrasse alguém de Berk iria começar uma briga. Que bom que você apareceu, assim desisto da ideia de voltar para lá.

— Como não imaginou — andou de um lado para o outro — Você largou tudo para trás para viver desse egoísmo de salvar esses monstros.

— Eles não são monstros. São minha família. 

Astrid gritou dizendo para ele que os dragões são monstros. Ela saiu da casa empurrando a porta com tanta força, que arrancou a porta do lugar. Havia alguns dragões pequenos que voaram com medo. Soluço a seguiu até a parte de trás da ilha. Onde vai raramente. Se tivesse ido, teria encontrado um barco ancorado e esse encontro teria acontecido dias atrás. Pediu que Astrid o esperasse e conversassem mais, mas ela está alterada. Encontrou aquele que um dia jurou estar morto. Aquele para quem quem escreveu várias cartas e lançou no mar dentro de um jarro. O que passou a vida caçando dragões para vingar uma morte que nunca aconteceu. Escutou seu nome ser gritado várias vezes. Até que, já dentro do barco puxando a ancora, decidiu ouvir.

— O que é, Soluço? Não está vendo que estou indo embora? E sendo gentil ainda. Indo embora de mãos vazias de uma ilha cheia de dragões que valem ouro.

— Sabe o que eu odeio? — perguntou segurando a corda que amarra o barco a ilha e dando volta em uma pedra, para conseguir segurar Astrid por mais tempo.

— Caçadores?

— Isso também. Mas odeio que passamos cinco anos sem se ver e você me trata assim...

Astrid saiu do barco olhando para trás de Soluço que se arrepiou ao perceber a loira perto demais.

— Caçadores.

Soluço perguntou em voz alta o que eles estariam fazendo aqui e a garota respondeu que devem tê-la seguido. Já que é uma caçadora muito reconhecida. E é isso o que os homens fizeram. Pensaram que a seguindo, encontrariam ninhos de dragões para caçarem e venderem. E para azar de Soluço, eles encontraram. Ele lembra de Banguela ter aninhado a cama e deitado antes de sair de casa e corre de volta, sendo acompanhado de Astrid. Ela pulou no barco pegando uma espada e correu atrás do velho amigo. Encontro ele revirando a casa. Nada do Fúria da noite. Saiu correndo pela floresta, mas nem rastro encontrou. Começou a se desesperar, puxando o próprio cabelo e pisando forte no chão. 
A loira nem se deu ao trabalho de tentar ajudar falando alguma coisa, olhou na casa e encontrou uma flecha. Uma flecha coberta de líquido verde. Chamou Soluço e mostrou. Começou a explicar.

Da guerra à paz - Como Treinar O Seu DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora