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(Maya POV)

Eu deixei a caixa de papelão pesada no canto da sala e ergui meu tronco soltando um longo suspiro cansado. A mudança havia chego hoje e desde de manhã eu estava descarregando caixas e mais caixas com a ajuda da minha melhor amiga, Andrea Herrera. Nós havíamos nos conhecido assim que eu entrei na academia de bombeiros há alguns anos atrás e por mais que no começo nós duas internalizássemos uma leve rixa para saber que chegaria ao cargo de tenente primeiro, nós acabamos nos identificando em vários aspectos. Nós éramos determinadas, amávamos o que fazíamos e tínhamos nossas relações quebradas quando o assunto era família e relacionamentos. Hoje em dia nós havíamos construído um laço de irmãs e, além do amor, vinha junto as implicâncias.

— Já está cansada? Eu estou só começando, Bishop. – Herrera implicou deixando outra caixa perto do sofá.

— Não estou cansada, Herrera, posso fazer isso por dias... – Eu comentei recuperando meu fôlego. – Mas eu estou com calor, tinha me esquecido como essa cidade era abafada. – Eu terminei enxugando o suor em minha testa.

— Isso eu tenho que concordar... – Ela assentiu observando o quintal pela janela. – Esse lugar merece uma boa piscina, quero vir aqui tomar sol e beber tequila. – Ela comentou num tom pensativo.

— Eu nem me mudei direito, estou longe de fazer uma obra por enquanto. – Eu falei observando as caixas espalhadas pelo chão. – Mas a tequila eu posso providenciar no próximo final de semana. – Eu adicionei soltando uma risada e ela me encarou animada.

— Essas são as duas últimas caixas, senhorita Bishop. – O encarregado pela mudança avisou enquanto um dos seus funcionários depositava as caixas no corredor da entrada.

— Ok, obrigada, Joe, fico te devendo uma cerveja como gorjeta. – Eu agradeci apertando levemente sua mão em agradecimento.

— Vou cobrar... – Ele riu. – Até mais, garotas. – Ele se despediu fechando a porta da casa.

— Você já viu o filho mais velho dele? Gato... – Herrera comentou assim que o homem saiu e eu revirei os olhos.

— Eu já vi e Joe comentou que ele acabou de se separar, deixe o corpo pelo menos esfriar, por cristo. – Eu avisei indo até a cozinha, enquanto ela fazia uma careta em minha direção.

— Olha quem fala... cada semana que passa eu vejo uma mulher nova saindo com você. – Ela implicou enquanto me seguia.

— Você é exagerada. – Eu disse simples abrindo a torneira da pia para me refrescar. – Que ótimo... – Eu disse irônica ao ver que não estava saindo água da torneira.

— Eu não sou exagerada. – Ela negou enquanto se aproximava da pia. – O registro está aberto? – Ela perguntou tentando abrir novamente a torneira.

— Sim, alguma válvula deve estar enferrujada, preciso de uma chave de fenda. – Eu comentei observando a tubulação embaixo da pia.

— Eu emprestei minha maleta de ferramentas para a Huges ontem, posso tentar buscar na estação rapidinho. – Ela falou procurando as chaves de seu carro com os olhos.

— Não precisa, eu pego na casa dos meus pais, é mais perto do que a estação. – Eu disse indo até minha mochila que estava no sofá da sala.

— Tem certeza? Já está com saudades do Lane? – Ela perguntou provocativa e eu ri sem humor em sua direção.

— Aposto que essa hora ele não está em casa e você sabe, eu posso ter a chance de irritar ele desorganizando sua coleção de charutos perfeitamente arrumada em seu escritório. – Eu disse esboçando um sorriso sacana e ela soltou uma risada negando com a cabeça.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora