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(Maya POV)

Eu estava no depósito onde guardávamos os equipamentos na estação e era a quarta vez que tentava checar uma válvula de mangueira sem sucesso.

— Mas que merda... – Eu reclamei baixo, irritada com o equipamento.

— Me dá isso aqui. – Andy pediu antes de pegar o equipamento da minha mão. Em poucos segundos ela conseguiu checar o que eu queria. – O que está acontecendo com você? – Ela perguntou interessada.

— Nada. – Eu respondi seca, enquanto voltava minha atenção para outro equipamento.

— Qual é, Maya, eu te conheço... tem duas semanas que você está estranha. – Ela insistiu se aproximando.

— Andy, não começa. – Eu neguei de novo.

— Ok, mas sabe o que eu também reparei? – Ela perguntou com um olhar esperto e eu dei de ombros. – Carina também está estranha perto de você. – Ela disparou e eu rapidamente a puxei para um canto, enquanto esboçava um olhar alarmado. – Oh então realmente tem alguma coisa acontecendo. – Ela concluiu me encarando.

— Andy, fala baixo, por favor... – Eu pedi em um sussurro e ela assentiu. – Escuta, isso não pode sair daqui. – Eu falei séria.

— Estou ficando preocupada, o que está acontecendo? – Ela perguntou no mesmo tom sério. Eu respirei fundo e chequei se não tinha mais ninguém no depósito.

— Eu a beijei. – Eu admiti e ela me encarou supressa.

— Você o que?! Maya, está doida?! Como isso aconteceu?! – Ela começava a disparar alarmada.

— Eu sei, eu sei, ok?! Foi impensado, nós estávamos no veleiro, bebemos vinho, conversamos, uma coisa levou a outra e quando eu percebi já estava acontecendo. – Eu tentava explicar nervosa.

— O que aconteceu depois? – Ela continuou com as perguntas.

— Nada... ela está me evitando, eu também estou a evitando e ainda não tive coragem de falar com meu irmão. – Eu respondi sentando em um banco que havia por perto e deixando minhas mãos passarem pelo meu rosto.

— Vocês precisam conversar, sabe disso, não é? – Ela disse se sentando ao meu lado e eu assenti.

— Eu sei, mas não sei se eu consigo. – Eu disse sincera encarando o chão.

— Você gosta dela. – Ela constatou e eu neguei com a cabeça.

— Eu não gosto dela. – Eu falei rapidamente. – Quer dizer, eu gosto, mas não desse jeito que está insinuando. – Eu expliquei melhor gesticulando com as mãos.

— Maya, eu te conheço... seu olhar para ela é diferente e agora faz todo o sentido. – Ela rebateu certeira.

— Andy, eu não posso gostar dela, não entende? – Eu disse num tom agoniado. – Ela vai casar com meu irmão, por Deus. – Eu adicionei soltando um gemido de insatisfação.

— Ele não comentou com você que não sente mais nada por ela? – Ela perguntou analisando a situação.

— Sim, mas eu não sou responsável pela relação deles, eu não posso simplesmente virar para ela e falar "Olha meu irmão não está mais apaixonado por você, pula fora!" – Eu fiz aspas com as mãos.

— Mas se a relação deles acabasse, você iria tentar algo com ela? – Ela perguntou interessada e eu a encarei pensativa.

Carina era linda, inteligente, bondosa e fazia meu coração disparar como nunca antes. Todos esses sinais ascendiam um alerta de puro desejo e paixão dentro de mim. Sem Mason, com certeza, eu gostaria de ficar ao lado dela, construir algo a dois duradouro.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora