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(Carina POV)

Eu salvei mais um dos prontuários da minha pesquisa e fechei o arquivo no computador antes de voltar a encarar Jo, que estava sentada a minha frente.

— Você acha que a Bailey vai me liberar para trocar de especialização? – Jo perguntou ao desviar a atenção do seu celular.

— Não vejo o porquê não... Você foi muito bem no período de adaptação, eu já mandei meu pedido de requisição para ela te liberar. – Eu falei sincera ajeitando rapidamente meu cabelo.

— Eu não sei... Bailey consegue ser bem ciumenta quando quer. – Ela comentou torcendo o nariz e eu soltei uma risada.

— Deixe-a escutar isso, aí mesmo que ela não irá te liberar. – Eu brinquei checando as mensagens no meu celular e ela fez um gesto de fechar a boca como se fosse um zíper.

— Eu estava pensando em almoçar amanhã naquele restaurante tailandês que abriu aqui perto, o que acha? – Ela perguntou animada e eu pensei rapidamente.

— Não posso, marquei de ir até a estação 19. – Eu afirmei me lembrando da agenda do dia seguinte.

— O que tanto você faz lá? Está tendo um caso com sua cunhada? – Ela perguntou num tom divertido e eu quase cuspi a água que havia acabado de beber da minha garrafa. Jo era louca.

No! Sei pazza? (Não! Está louca?) – Eu neguei imediatamente. – Eles estão iniciando um projeto de clínica solidária na estação, me convidaram para participar e eu acho que vou aceitar. Eu gostei da proposta. – Eu esclareci voltando a beber minha água.

— Entendi... – Ela falou pensativa. – Mas admita, ela é bonita, parece mais legal que o irmão. – Ela ponderou com um olhar sugestivo e eu revirei os olhos.

— Jo, não começa... – Eu falei num tom cansado.

— Carina, eu te adoro, sei que o Mason é um bom cara, mas você merece algo melhor... ele é tão sem graça, amiga. Parece um pudim sem calda, é bom, mas falta uma suculência. – Ela falou sincera voltando a olhar seu celular e eu acabei rindo da sua comparação que beirava o ridículo.

Jo era uma grande amiga e desde que comecei a namorar o Mason ela cismava que ele não se encaixava comigo. Talvez ela esteja certa, afinal no início eu também achava isso, mas ele foi tão insistente e tão gentil que eu acabei me rendendo.

Va bene, eu acho que está na hora da ronda e não de ficar debatendo meu relacionamento, andaimo, bambina. – Eu encerrei o assunto enquanto me levantava e vestia meu jaleco.

Todo dia nós fazíamos uma ronda pelo hospital para checar os pacientes e para verificar se precisavam de ajuda extra na emergência. Eu aproveitei esse momento para me esquivar do assunto que Jo cismava em trazer de volta.

Eu segui com ela pelo quarto dos pacientes que estavam internados em observação e depois de concluir essa etapa, seguimos para a ala da emergência. Ao nos aproximarmos percebemos uma agitação fora do comum e gritos irritados ecoando por um dos corredores. Me parecia uma voz conhecida. Maya. Minha mente imediatamente ascendeu um sinal de alerta.

Eu me apressei meus passos em direção as vozes e quando virei na esquina do corredor observei Owen e Bailey empurrando uma maca, de forma apressada, em direção à sala de trauma. Logo atrás deles, todos os bombeiros da estação estavam espalhados pelo saguão com expressões preocupadas e no centro de tudo uma bela confusão. Maya com o rosto vermelho, veias saltadas e olhos que pareciam como navalhas em direção à Sullivan, enquanto Vic e Jack a impediam de avançar sobre o homem.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora