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(Maya POV)

Eu estacionei meu carro em frente a casa dos meus pais e respirei fundo enquanto desligava o carro. Minha mãe havia insistido para que eu fosse almoçar com eles e por mais que eu não quisesse, eu sabia que as vezes deveria me esforçar para manter contato com eles. Na verdade, eu me dava bem com minha mãe e com Mason, o problema ali era meu pai.

Eu toquei a campainha e minha mãe não demorou a me receber na porta.

—Maya, minha filha, que bom que chegou. – Minha mãe falou sorridente enquanto me puxava para um abraço.

— Oi, mãe, tudo bem com a senhora? – Eu perguntei retribuindo o abraço. – O cheiro está bom aqui. – Eu comentei enquanto me afastava.

— Está tudo bem, seu pai está fazendo churrasco. – Ela explicou caminhando comigo pela casa.

Ao passar pela cozinha vi pela porta de vidro, que dava para o quintal, pelo menos umas trinta pessoas bem vestidas, carregando taças de bebidas e pequenos petiscos nas mãos. Meu pai estava rodeado de um grupo de pessoas junto com Mason.

— Eu deveria ter desconfiado quando você falou que seria um almoço simples. – Eu comentei num tom irônico.

— Mas é simples, são só alguns amigos da família. – Ela falou naturalmente pegando mais guardanapos em um dos armários da cozinha.

— Jura? Parece que eu estou num clube sulista para decidir quem fuma o charuto mais caro. – Eu rebati cruzando os braços.

— Maya, pare de ser exagerada, minha filha. – Minha mãe falou soltando uma risada. – Eu vou levar esses guardanapos para o seu pai... – Ela falava naturalmente. – Carina foi buscar um lenço de pescoço para mim no quarto, estou ficando com um pouco de dor de garganta, pode ver se ela conseguiu achar? – Ela perguntou e eu assenti em concordância.

Qualquer coisa era melhor do que ter que aturar aquela quantidade de gente bajulando meu pai. Eu subi as escadas e fui em direção ao quarto dos meus pais. Ele estava vazio, então decidi ir até o quarto de Mason para saber se Carina estava por lá.

­ — Oh caramba, me desculpe! – Eu pedi me virando de costas ao abrir a porta e ver Carina colocando uma blusa deixando seus seios ainda expostos. – Minha mãe pediu que eu viesse te ver... – Eu comecei a falar de forma nervosa.

— Maya... – Eu escutei ela me chamar.

— Na verdade, não te ver especificamente, era ver algo sobre lenço para garganta... – Eu tentava explicar ainda de costas para ela.

— Maya... – Eu sentia meu rosto arder de vergonha.

— Eu não deveria ter entrado sem bater, desculpa... – Eu continuei coçando a nuca.

— Maya Bishop! – Ela disse num tom mais firme e eu me calei. – Está tudo bem, pare de bobeira, bambina. – Ela falou soltando uma risada. – Eu já levantei a blusa, me ajudar a amarrá-la, per favore? – Ela pediu e eu me virei para ela ainda envergonhada.

Era uma blusa fina com uma amarração na nuca e que deixava suas costas descobertas. Eu me aproximei e peguei os fios de suas mãos para amarrá-los. Algo naquele simples movimento havia me deixado incomodada, não em um sentido ruim, mas como se algo despertasse dentro de mim. Carina tinha um corpo bonito e estar perto dela desse jeito me fazia suar frio.

— Pronto, dei um nó especial que aprendi quando ainda estava na academia de bombeiros, não queremos que essa blusa caia no meio de todo mundo, não é? – Eu brinquei tentando esquecer meu nervosismo e ela riu se virando para mim.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora