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(Carina POV)

Eu terminava de colocar os brincos em frente ao espelho do quarto, enquanto comentava com Mason sobre minha última paciente. Foi um parto complexo, trigêmeos provenientes de uma inseminação in vitro, Ashley, a mãe há anos tentava engravidar com o marido e essa era a última tentativa dos dois. A gestação foi de risco, o parto complicado, mas no final, todos estavam bem e saudáveis.

—Mason! Oi! - Eu chamei a atenção do meu noivo ao perceber que ele tinha toda a sua atenção na tela de seu celular.

— Oi, meu amor, desculpe, o que estava dizendo? – Ele perguntou deixando seu celular ao seu lado na cama.

Não era de hoje que eu tinha dificuldades em manter cinco minutos de conversa com ele. Sua atenção sempre estava voltada para o notebook ou seu celular, com as intermináveis reuniões e e-mails corporativos. Esse era o tipo de coisa que me irritava todo dia cada vez mais.

— Você não presta atenção em nada do que eu digo. – Eu falei impaciente checando meus pertences em minha bolsa.

— Carina... – Ele tentou falar num tom manso enquanto se aproximava de mim.

No, questo mi sta facendo incazzare. (Não, isso está me deixando irritada). – Eu o interrompi me desvencilhando de seus braços. – Você vive com a cara enfiada nesse maldito celular, Mason. – Eu reclamei irritada.

— Eu sei, ok? Me desculpa... – Ele disse soltando um suspiro. – Mas você sabe que estou fechando clientes importantes, eu só preciso de mais uns dois ou três meses nesse ritmo e depois prometo que irei diminuir o ritmo. – Ele falou me olhando atentamente, enquanto me puxava pela cintura.

Hai promesso? (Você promete?) – Eu perguntei desconfiada. – É sério, Mason, eu sinto falta das nossas conversas. – Eu adicionei num tom frustrado.

— Eu prometo, minha linda. – Ele disse um leve sorriso. – E assim que isso acabar, eu acho que podemos tirar férias naquele resort mexicano que você é doida para ir. – Ele comentou me puxando para um beijo suave.

— Eu vou cobrar. – Eu falei já aceitando suas desculpas e retribuindo o beijo. – Andiamo, já estamos atrasados. – Eu o afastei levemente ao perceber que ele começava a deslizar suas mãos pelo meu corpo.

— Nós podemos nos atrasar um pouco. – Ele insistiu depositando beijos no meu pescoço e por mais que eu sentisse muita falta de fazer mais sexo com meu noivo, aquele não era o momento.

— Não se você quiser escutar sua mãe batendo nessa porta já já... vamos bambino, mais tarde aproveitamos com mais calma. – Eu resisti deixando um selinho em seus lábios, antes de afastar e pegar minha bolsa.

Era um sábado de sol e Maya havia marcado um churrasco com a família e amigos em sua nova casa. Mason e minha sogra estavam animados para passar um tempo com a família, mas por outro lado, Lane parecia estar cumprindo apenas um protocolo. Desde a chegada da filha, ele parecia querer evitar comentários sobre ela ou sobre sua vida, por outro lado, em eventos como esse, ele se esforçava a ir, mesmo que a contragosto, porque aparentemente ele se preocupava com o que os vizinhos e conhecidos iriam comentar caso ele não falasse com a filha. Apesar de ainda não ter tanta intimidade com Maya, ela me pareceu uma pessoa amigável, nós tivemos uma conversa agradável no dia em que ela veio pegar a ferramenta emprestada e não me pareceu ser o tipo de pessoa que merecia o desprezo do pai.

Quando nós chegamos, alguns amigos de Maya, que eu acredito ser da estação já estavam por lá, inclusive Ben com Miranda. A casa era bonita, toda em madeira pintada em tons de azul e branco, um extenso jardim verde ao seu redor e um pequeno cais voltado para o lago principal da cidade. Era o tipo de casa que me agradava, apesar de grande era aconchegante e apesar de ser na cidade, não era no centro conturbado.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora