The Other Bishop

13

(Carina POV)

Era a terceira vez que Jo utilizava seu aparelho portátil, para medir oxigênio em minha corrente sanguínea, em menos de uma hora. Depois do susto de ontem no incêndio, eu tive que ficar por algum tempo utilizando máscara de oxigênio e tive que fazer uma bateria de exames no hospital do outro lado da cidade. Eu estava bem, mas por pouco eu poderia ter morrido sufocada caso Maya não tivesse me encontrado.

— Jo, bambina, eu estou bem. – Eu falei ficando impaciente com a mulher super cuidadosa ao meu lado.

— Xiu... aqui na minha casa e, depois de ontem, você é minha paciente, não venha me falar o que eu tenho que fazer. – Ela argumentou retirando o oxímetro do meu dedo para analisar o resultado e eu revirei os olhos. – Noventa e quatro, está bom considerando que você está se recuperando. – Ela constatou deixando o aparelho de lado. – Vou agendar uma nova radiografia do pulmão para você semana que vem, só para ter certeza que está realmente tudo bem. – Ela adicionou naturalmente e eu assenti.

Antes que eu pudesse agradecer, nós escutamos a campainha do apartamento tocar desviando nossa atenção.

— Você está esperando alguém? – Ela perguntou estranhando a situação.

— No... você não encomendou nada? – Eu rebati a pergunta e ela negou se levantando para ir até a porta.

— Droga, é a Bailey, preciso atender... – Ela parou no meio do caminho observando seu celular tocar. – Você abre a porta para mim, amiga? – Ela se voltou para mim e assenti.

Eu caminhei até a porta, enquanto Jo ia para o seu quarto atender a ligação. Ao abrir a porta dei de cara com o homem, loiro e alto, me encarando com as mãos no bolso da calça. Eu não estava esperando por isso agora.

— Mason, o que faz aqui? – Eu perguntei surpresa.

— Oi, Carina... Podemos conversar? – Ele perguntou num tom calmo.

— Mason, eu não sei se é a melhor hora para isso... – Eu tentei desviar da situação.

— Cah, por favor, tem dias que não nos falamos. – Ele insistiu e eu respirei fundo abrindo espaço para ele passar.

Era óbvio que cedo ou tarde ele iria atrás de mim para conversarmos, eu só não achei que esse momento seria hoje. Eu sabia que só havia pedido um tempo do meu relacionamento com ele para pensar, mas a cada dia que se passava eu me sentia menos atraída por ele. A possibilidade de um término concreto me parecia cada vez mais próxima.

— Como você está? – Ele perguntou ao se sentar no sofá.

— Bem, na mediada do possível. – Eu falei naturalmente relembrando do incêndio.

— Eu vi as notícias sobre o incêndio, fiquei preocupado, tentei te ligar. – Ele comentou parecendo preocupado.

— Ficou mesmo? Porque você era meu contato de emergência no cadastro do hospital... tentaram te ligar enquanto estava fazendo exames e advinha? Você não atendeu. – Eu rebati impaciente com sua ausência constante.

— Carina, eu estava em reunião na hora, não podia imaginar que era algo sobre você. – Ele tentou se desculpar esfregando suas mãos nervosamente.

— Mason, tentaram te ligar mais de dez vezes seguidas, deixaram recado... – Eu falei num tom cansado pressionando minhas têmporas.

— Eu sei, mas depois eu tentei ligar, você não atendia. – Ele me interrompeu.

— Meu celular queimou no incêndio. – Eu disse num tom óbvio e ele se calou por alguns segundos. Parecia que sua mente processava a informação.

— Foi realmente sério, não é? – Ele perguntou com um olhar culpado.