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(Carina POV)

Eu sentia meu corpo em êxtase com os lábios de Maya junto aos meus. O beijo havia se transformado em algo profundo, lento e extremamente prazeroso. Naquele momento, a sensação era de que não havia mais nada ao nosso redor. Não havia luto, não havia trabalho, não havia problemas, não havia Mason. Mason.

— Maya... – Eu quebrei o beijo quando a lembrança do meu noivo cruzou minha mente.

— Carina... – Ela sussurrou parecendo tão perdida quanto eu.

— Isso... isso é errado... – Eu me levantei num movimento rápido começando a entender a situação em que estava metida.

— Me desculpa, Carina, foi minha culpa. – Maya disse rapidamente se levantando também.

— Não foi só sua culpa... – Eu neguei com a cabeça enquanto me afastava. – Podemos voltar? – Eu pedi me referindo a navegar de volta ao píer.

Ela assentiu em silêncio e voltou a navegar com o barco. Ela sabia que, naquele momento, eu estava nervosa demais para continuar ali e, sem relutar, atendeu ao meu pedido. Apesar de poucos minutos de viagem, o silêncio desconfortável no veleiro fez parecer que a travessia havia durado horas.

Ao atracar, eu sentia minha respiração acelerar em ansiedade. Eu consegui subir no píer sozinha, antes de começar a calçar meus saltos de maneira desajeitada. Naquele momento, eu não sabia se estava tonta por causa do vinho, pelo balanço do mar, pela ansiedade ou pelo beijo de Maya.

— Espera, Carina. – Maya me seguiu observando meus movimentos rápidos. – Carina, por favor... – Ela insistiu segurando levemente meu pulso.

— Maya a gente não podia ter feito isso, eu sou noiva do seu irmão, por Dio. – Eu falei num tom nervoso, enquanto voltava a encarar.

— Não vai mais acontecer, ok? – Ela garantiu me encarando séria. – Nós bebemos um pouco demais, foi uma besteira... por favor, se acalme, sim? – Ela pediu segurando minha mão e eu respirei fundo enquanto olhava para o céu rapidamente.

— É melhor eu ir embora. – Eu disse voltando a desfazer o contato e buscando o celular no meu bolso.

— Tudo bem, eu posso chamar um uber para você e te acompanhar até lá. – Ela falou solícita e eu neguei rapidamente.

— Não precisa, eu já chamei, estou bem. – Eu avisei apontando para o celular. – Obrigada pelo dia, Maya. – Eu disse sem jeito antes de começar a caminhar para o ponto de encontro do uber.

Maya ainda tentou me chamar, mas eu deixei a mulher para trás sentindo meu corpo todo começar a tremer. Eu não estava bem.

Eu cheguei até a casa dos Bishop e antes de entrar soltei um longo suspiro. Eu percebi que meus sogros já estavam em casa ao observar a luz da sala ligada pela janela da casa. Antes de entrar, eu pensei durante alguns segundos e voltei a entrar no aplicativo de transporte. Eu não estava com cabeça para encarar meus sogros depois do que havia acontecido e decidi ir para outro lugar antes que eu surtasse lá dentro.

— Ok, eu sei que estou te devendo o resultado da última pesquisa, mas qual é Carina, é sexta, poxa. – Jo já se desculpava ao abrir a porta do seu apartamento.

— Eu fiz merda. – Eu disse caminhando até a sala.

— Estou perdida... – Ela falou fechando a porta. – Não é sobre a pesquisa? – Ela perguntou desconfiada enquanto se sentava ao meu lado no sofá.

— Não, Jo. – Eu garanti passando minhas mãos pelo rosto.

— Você assassinou alguém? – Ela perguntou cerrando os olhos.

The Other BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora