SEUS OLHOS

CAPÍTULO 07

                   LORENZO CARSOLI

Quando saí da casa da Malu, entrei no meu carro e dirigi feito louco para longe de lá, eu precisa espairecer, minha cabeça estava fervendo, meus pensamentos estavam embaralhados, eu não conseguia pensar direito. Finalmente eu tinha tido coragem de confessar a ela meus sentimentos e não poderia ter sido pior, ela acha que estou confundindo as coisas, impossível isso, eu a amo demais, mas ela não sente nada por mim.

Liguei pro Fellipo na esperança dele me levar para algum lugar e me fazer esquecer minha conversa com a Malu.

LIGAÇÃO

- Fellipo, está onde cara? -Pergunto.

- Oi cara, estou aqui na boate perto da minha casa, lembra onde é? - Ele responde.

- Lembro, chego já aí. -Digo desligando e continuando a dirigir.

Boate não é meu lugar preferido, muito barulho e não sou de beber, mas hoje tudo que preciso é esquecer, quero encher a cara até desmaiar. Chego na frente da boate, estaciono meu carro e entro na boate. Ainda é de tarde e esse lugar já está lotando, olho ao redor e vejo Felippo sentado no bar conversando com umas garotas, esse cara não tem nem 18 anos e ja parece um puto chefão, me aproximo dele e me sento na cadeira ao lado.

- Eai cara, o que aconteceu para o meu garoto certinho está aqui? -Fala me provocando.

- Nada, só estava afim de mudar o clima e me distrair. -Minto.

- Então você veio ao lugar certo, olha ao redor, aqui tem as melhores bebidas e as melhores gatas para você se divertir. -Fala com um sorriso na cara.

- Valeu, mas eu não estou interessado nas garotas, só quero beber. -Digo.

- Não sabe o que está perdendo. Aproveita meu amigo, que o pai aqui vai se divertir agora.

- Vai lá, vou ficar por aqui mesmo.

Fellipo se levanta com o copo de tequila na mão e arrastando uma garota para algum canto escuro dessa boate.

- Amigo, me dá uma dose de whisky por favor - Peço ao barman.

Ele me serve e eu bebo como um louco, um copo atrás do outro, perdi a conta de quantos copos de Whisky eu bebi, umas garotas vieram falar comigo praticamente se oferecendo para mim, não dei muita bola, não estou afim de ninguém que não seja a Malu, o que é uma merda. Não consigo esquecê-la nem por um segundo. Depois de muitas horas percebo o barman me dizendo algo, mas não consigo entender o que exatamente ele está falando. Sem pensar muito eu o interrompo e digo:

- Pode me levar até meu carro. -peço me levantando e me apoiando na cadeira para não cair.

O barman me levou até a saída e me colocou dentro do meu carro, devo ter passado tanto tempo lá dentro que até anoiteceu, dirigi tão bêbado que estava fazendo zig zag na pista, não sei como consegui chegar a minha casa, mas consegui, desci do carro, peguei minha chave no bolso e depois de uns minutos consegui abrir a porta, estava tão bêbado que tive que subir as escadas me apoiando na parede para não cair ali mesmo.

Abri a porta do meu quarto e para a minha surpresa a Malu estava aqui, dormindo na minha cama. Fiquei parado na porta do meu quarto observando-a, estava tão bêbado que pensei que poderia ser uma miragem, mas esse pensamento logo sumiu da minha mente quando a vi se mexer na cama. Malu é um anjo, mas para mim é como um demônio, tudo nela me provoca, ela não deve fazer ideia do poder que tem sobre mim.

Saí da porta e me aproximei da minha cama, pensei em deitar ao seu lado, mas não quis arriscar acordá-la, então fiquei em pé e apoiado na mesa do meu computador para não cair. Eu não fazia ideia do por que da Malu está aqui, mas a minha intenção de não acordá-la foi em vão, Malu se mexeu de novo e abriu os olhos, quando me viu logo se sentou na cama me olhando. Seus olhos, seus belos olhos, me olhando, me sinto enfeitiçado a cada vez que ela me olha com esse olhar inocente.