CAPÍTULO 31

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                        MARIA LUÍZA

Assim que Renzo me deixou na frente de casa, eu entrei rapidamente e me sentei no sofá, eu não entendia o que estava acontecendo, mas a dor no meu peito não ia embora, era como se eu fosse sufocar, tentei levar em consideração o que Renzo me disse, que poderia ser nervosismo pelo encontro com meu pai.

Fui até a cozinha, peguei um copo de água com açúcar, bebi e tentei pensar positivo sobre a situação. Minutos depois, a campainha toca, sinto um frio na barriga e quase não consigo mover as minhas pernas até a porta para abri-la.

Assim que abro a porta, vejo meu pai, ele está tão diferente, nem parece o homem que eu me lembrava de dois anos atrás. Meu pai está com uma calça jeans azul, camisa larga preta, um casaco meio velho marrom e a barba está por fazer, seus olhos estão vermelhos, parece que não dorme a muitos dias.

- Oi filha! Não vai me convidar para entrar? - Meu pai pergunta parado na porta.

- Oi pai, claro, falha minha, pode entrar - Digo saindo do meio da porta.

- Pode deixar que eu fecho a porta filha - Ele diz e eu sigo até o sofá.

Meu pai fica em pé parado no meio sala e eu sentada no sofá olhando-o atentamente, eu quero perguntar o que aconteceu com ele, mas não quero parecer invasiva ou algo do tipo.

- Não vai me dar um abraço filha? - Meu pai pergunta abrindo os braços.

Me levanto, vou até ele e o abraço. Não sei porque, mas sinto algo diferente nele, algo que não me agrada em nada.

- Senti saudades bonequinha! - Meu pai fala, esse era o apelido pelo qual ele me chamava.

- Também senti pai! - Falo ainda abraçada a ele.

Assim que ele me solta, nós nos sentamos no sofá e eu me sinto confiante para perguntar mais sobre a sua vida.

- O senhor está bem pai? Parece que não dorme a dias - Pergunto notando seus olhos vermelhos e sua falta de concentração.

- Hum... estou filha, apenas muito trabalho - Sua resposta é vaga.

- Ah sim, entendi - Respondo.

- E sua mãe? Não está aqui? - Meu pai pergunta olhando para os lados.

- Não, ela está de plantão pai, o senhor sabe que ela trabalha muito e ama o que faz - Digo.

- Sim, eu sei. Uma pena, gostaria de ver ela, já faz muitos anos - Ele fala parecendo triste.

- Pois é, quem sabe de outra vez - Falo tentando ser otimista.

Noto que meu pai não para de olhar para o seu celular, como se estivesse esperando uma ligação ou uma mensagem, ele parece nervoso.

- Algum problema pai? - Pergunto curiosa.

- Não filha, apenas esperando uma ligação do trabalho - Desconversa com um sorriso amarelo.

- Certo. Quer comer algo? Posso fazer um sanduíche pro senhor - Falo olhando-o.

- Seria ótimo filha - Diz.

- Ok, volto já pai.

Vou até a cozinha, pego as coisas na geladeira e preparo um sanduíche de salada com peperone, lembro que era o favorito dele, mamãe sempre fazia pra ele. Coloco em um prato, pego um copo de suco e volto até a sala.

- Pronto pai, o senhor... - Paro de falar ao notar dois homens na minha sala conversando com meu pai.

Fixo meus olhos nos homens, eles estão de preto, com gorros na cabeça, pelo tom da conversa, eles não parecem muito felizes.

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