Pretty Hurts • Beauany

Capítulo 26

Any Gabrielly

Após aquela noite incrível, Joshua e eu nos separamos por conta do trabalho.

Ele tinha algumas publicidades para fazer e eu também. Com certeza a nossa assessoria não estava muito feliz com a nossa união, pois, o trabalho deles dobraram já que as especulações sobre o nosso envolvimento eram cada vez mais frequentes e a quantidade de vezes que saímos juntos não ajudava muito a desmentir o boato de que não estava rolando algo.

Eles estavam se esforçando para deixar esse assunto privado – por mais que seja impossível fazer isso sendo uma figura pública, Mark estava marcando pesado e que Deus me perdoasse mas eu estava torcendo para ele ter algum problema e não conseguir viajar conosco para Londres.

Seria os quinze dias mais estressantes da minha vida, não que eu não estivesse acostumada, mas agora, eu estava realmente cansada disso. Teríamos uma semana cheia de entrevistas, sessões de fotos, publicidades e na próxima semana, desfile.

Alguns modelos desfilariam duas vezes, como era o meu caso, Josh, Du, Noah, Sina, Sav e Morgan. Fomos convidados por determinadas grifes que estariam presentes no evento como as "estrelas da marca". E claro, era surpresa para o público.

E por pensar em minha enorme lista de obrigações, meu corpo deu alguns sinais, como por exemplo: vomitar a manhã inteira.

Era sempre assim. Estava acostumada.

Me arrastei até minha cama e abri uma das gavetas da escrivaninha procurando por um remédio que aliviasse meus enjoos e encontrei uma foto da qual eu não conseguia simplesmente jogar no lixo.

Era uma foto com a minha mãe. Estávamos abraçadas de uma maneira tão unida, sorriamos de verdade e Deus, nossos sorrisos eram idênticos. Aquele fora o único dia do qual eu senti algo bom estando ao lado dela.

Mamãe havia acabado de conseguir um emprego novo e estava radiante, trabalharia menos e prometeu que ficaríamos mais tempo juntas. Saímos para comemorar em um parque do qual eu amava e eu ganhei um lindo balão de gás hélio em formato de coração e aquele dia eu realmente fui uma criança.

Me lembro de estar nos brinquedos e acenar para ela várias vezes, lembro de quando se sentou ao meu lado na roda gigante e vimos todas aquelas luzes lá do alto, juntas.

Fora o único e último momento que tivemos como mãe e filha. Eu ainda não sei o que fiz de errado mas gostaria de saber em que momento eu a desapontei ao ponto de fazê-la voltar atrás em sua promessa e simplesmente voltar a ser mulher fria e distante que sempre foi comigo.

Por mais que tenha se passado tanto tempo, é uma ferida que nunca cicatriza, estaria mentindo se dissesse que não sinto falta dela, pois, eu ainda sinto.

Sinto falta do amor que eu nunca tive, da atenção que nunca recebi, do carinho que eu nunca ganhei. Ela é minha mãe, deveríamos ser uma pela outra e isso nunca aconteceu.

Meu pai também me magoou muito, Deus sabe como eu sofri em todas as apresentações do dia dos pais das quais eu deixei de participar por saber que ele não estaria lá.

No primeiro dia dos pais após a sua separação com a minha mãe, ele prometeu que estaria lá, mas não esteve. Meus avós estiveram, lembro que vovô sorriu para mim e mandou tantos beijos que me fez sorrir mesmo querendo chorar por não encontrar o rosto do meu pai em meio aquele auditório lotado.

Os colegas da minha turma riram de mim por semanas, diziam que nem mesmo meus pais gostavam de mim e que os meus avós apenas me suportavam. Esses comentários me magoaram na época, chorei por noites e doeu ainda mais pelo fato da minha mãe não ter aparecido e dito que eles estavam errados, pois, ela me amava.