Janelas altas. Piso de mármore. E está frio. Tão frio.
Hermione entrou lentamente na sala que mais parecia um corredor. Grande demais para qualquer casa normal. Tudo era tão familiar, mas de uma forma assustadora. Um aviso fervendo lentamente no ar, dizendo-lhe para ir embora. Mas ela nunca tinha estado nesta sala antes. Um estranho som de rangido surgiu, mas ela não conseguia identificá-lo.
Então ela ouviu uma risada. Uma que ela nunca seria capaz de esquecer. Um som de gargalhada. Ela congelou. Bellatrix saiu das sombras.
— Bem-vinda de volta, sangue-ruim.
A cicatriz em seu braço queimou, enviando uma dor aguda até seu pescoço.
— Você sabe que não fará nada — disse Bellatrix enquanto caminhava em sua direção. — Você vai ficar aí sentada e gritar.
Seu braço coçou e ela viu veias escuras se formando ao redor das letras.
Os olhos de Bellatrix pareciam anormalmente arregalados. — Está tudo bem. Tudo acabará em breve.
O rangido ficou mais alto e então Hermione percebeu que vinha de cima de sua cabeça. Lentamente ela olhou para cima e viu Harry, Ginny e seus pais pendurados em laços, balançando para frente e para trás.
Ela fechou os olhos. — Isso não é real.
Suando frio, ela acordou. Seu quarto estava escuro, exceto pela pequena luz da lua que entrava pelas cortinas. Ela respirou fundo. Os pesadelos não eram incomuns, mas dessa vez parecia mais real. A dor em seu braço parecia real. Por que ela não estava melhorando? Ainda estava presa a esse único momento com Bellatrix, que se repetia sem parar.
Nos meses que se seguiram à tortura, ela não conseguiu adormecer. Não sem a ajuda de poções. Então, ela acordava de pesadelos. Tinha melhorado – ou assim ela pensava.
Ela se levantou e olhou pela janela. Era quase lua cheia. Sua respiração ainda estava instável. No escuro, ela ainda podia ver os olhos de Bellatrix, olhando para ela com veneno.
Quando ela virou o braço, ela se amaldiçoou. Arranhões profundos por toda a cicatriz. Ela não fazia isso há meses. Ela pegou sua varinha e usou seu feitiço de cura favorito para consertar. Ela havia se tornado uma especialista nisso agora.
Houve momentos em que ela se cortou de propósito, tentando criar cicatrizes ao redor da palavra. Não funcionou. Então, ela as curou novamente. Então ela começou a coçar a cicatriz enquanto dormia. Mais feitiços e poções de cura.
Não havia como ela voltar para a cama, então ela continuou trabalhando em sua poção, ainda se perguntando qual era a tarefa de Malfoy e por que tudo era tão secreto.
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Sua teatralidade na festa da Sonserina funcionou. Os xingamentos e as risadas pararam. Mas agora as pessoas apenas olhavam para ela no corredor quando ela passava com suas vestes pretas sem as cores da casa. Como a ovelha negra de Hogwarts. Era bastante apropriado.
Ela nem conseguia mais sair com os amigos. Harry e Ginny geralmente estavam com Ron e cada vez que ele olhava para ela, parecia que estava com nojo dela. Parecia muito estranho e desconfortável ainda estar perto dele. Ela odiava que tudo tivesse mudado tanto.
Ela pediu a Ginny que Ron a encontrasse no lago.
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— Então, aqui estou — disse Ron enquanto caminhava até o lago.
Hermione jogou uma pedra na água, fazendo-a saltar na superfície. — Lembra quando vínhamos aqui no sexto ano?
Ele estava quieto, com as mãos nos bolsos. Deus, se seus eus mais jovens pudessem vê-los agora. Ela não teria acreditado. Ela tinha certeza de que todos seriam amigos para o resto da vida. Que maneira ingênua de pensar. Mas ela era uma criança e depois houve uma guerra.
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Damaged Goods | Dramione
FanfictionHermione, agora com 20 e poucos anos, está de volta a Hogwarts para cursar o ensino superior. Tentando esquecer o trauma que a guerra provocou nela, ela passa uma noite de luxúria com um certo sangue puro. Mas essa noite terá consequências. Enquanto...