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Os retratos falavam em voz baixa, quebrando a concentração de Hermione. Eles não falavam mais com ela – aparentemente, Draco os havia repreendido.

— É melhor falar — disse Hermione com um suspiro frustrado enquanto fechava o livro. — Eu ainda posso ouvir você.

Mas os retratos estavam quietos. A Mansão a aceitou, mas ela ainda se sentia deslocada entre os móveis caros e as paredes em cascata.

Aproximava-se da meia-noite. Bellatrix havia desaparecido e ninguém parecia conseguir encontrá-la. Harry estava com o grupo de busca oficial enquanto Draco, certamente, recebia as tarefas mais mortais.

Hermione passou o dia inteiro em Hogwarts, ajudando-os a aplicar as proteções e a preparar poções protetoras.

Draco insistiu que ela passasse a noite na Mansão. Ela havia protestado, mas de acordo com ele, ele já estava se comprometendo porque se conseguisse, ele a trancaria 24 horas por dia, 7 dias por semana na Mansão, sob todas as proteções que pudesse conjurar. Agora que Bellatrix estava atrás dela, Malfoy não queria sair do lado de Hermione, mas teve que ir ao Ministério.

A Mansão tinha tudo que Hermione precisava. Um laboratório completo e uma enorme biblioteca sobre Artes das Trevas. Na verdade, não fazia muito sentido ela protestar contra os desejos dele, então ela concordou a contragosto. Ele havia preparado o quarto de hóspedes para ela. Com a partida de Bellatrix, não havia nada para ela fazer além de pesquisar.

Quando os retratos permaneceram quietos, ela pegou o livro de volta. Ela tinha várias teorias sobre como derrotar Bellatrix e passava cada minuto pesquisando-as. Com um estalido de aparição, Draco apareceu, tropeçando antes de se apoiar na parede.

Hermione deu um pulo.

Ele se endireitou, o rosto tenso. Ela sabia exatamente quais eram os sinais de sua dor, mesmo que ele quisesse escondê-los.

Quando ela se aproximou dele, tocando suas vestes, ela pôde sentir a frieza da magia negra ao seu redor como uma nuvem. Seus dedos quase doíam.

— Você está usando muita magia negra.

Ele não disse nada enquanto seus olhos olhavam para ela.

— Tanta magia negra... — Ela balançou a cabeça. — Você sabe que é demais, Draco.

Seus olhos suplicantes encontraram um olhar frio. — Eu sei o que estou fazendo. — Ele tirou as mãos dela de suas vestes e caminhou até seu armário de poções, tirando um gole de erva-daninha e bebendo o frasco verde inteiro.

Ela cruzou os braços sobre o peito. — Sim, matando-se lentamente. É isso que você está fazendo.

Ele estalou o pescoço, sem responder a ela. — Alguma notícia de Snape?

— Você está ferido. Não vou te contar nada até que você esteja curado.

— Não é nada —disse ele.

— Deixe-me ser o juiz disso. Tire sua camisa.

Com isso, suas sobrancelhas se ergueram. — Se você quiser me ver nu, você só precisa dizer uma palavra, Granger. — Ele tirou as vestes, que flutuaram. Em seguida, ele desfez o fecho de couro do coldre da varinha antes de desabotoar a camisa e tirá-la.

Ela notou dois ferimentos que quase pareciam ferimentos de bala trouxa.

— Sente-se — ela apontou para a cadeira de couro e ele sorriu enquanto pegava uma garrafa de uísque.

— Olhe para você sendo mandona — disse ele enquanto se sentava, esticando as longas pernas enquanto se recostava. — Eu me pergunto o que mais essa sua linda boca poderia fazer por mim.

Damaged Goods | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora