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Ela sentiu o sangue sumir dela. Um rugido percorreu a sala. A mesa da Sonserina explodiu. Corvinais e Lufa-Lufas ficaram visivelmente surpresos. Os grifinórios estavam quietos e quando ela olhou para Harry, seu coração se partiu. Ele parecia devastado. Seu rosto estava pálido e ele apenas olhou para ela. Os olhos de Ginny estavam arregalados em choque, mas ela tentou dar a Hermione um sorriso de apoio. Ron não se virou para olhar para ela.

Todo aquele medo e adrenalina de um minuto atrás foram substituídos pelo choque. Ela simplesmente não conseguia acreditar. Ela sempre foi uma Grifinória. Por um momento, a única coisa que ela parecia ouvir era a própria respiração e os batimentos cardíacos.

Então ela viu o sorriso triunfante de Malfoy. Ele nunca pareceu tão satisfeito consigo mesmo. Ele ainda estava sentado enquanto Theo, Blaise e até Pansy estavam de pé e aplaudindo. Mas Malfoy deleitou-se com a glória do momento. Transformar a garota de ouro da Grifinória em uma Sonserina foi a maior vitória sobre Harry que ela poderia imaginar. O sorriso presunçoso em seu rosto lhe disse tudo o que ela precisava saber.

— Parabéns — Snape disse com sua voz monótona enquanto ela se levantava e ele apertava sua mão. Então ele entregou-lhe novas vestes. Ela olhou para a cor verde e tudo parecia um sonho. A qualquer momento ela acordaria.

— Sente-se à sua mesa — disse McGonagall.

A mesa dela. Ela olhou para os Sonserinos, incapaz de compreender que aquele era o seu lugar agora. Lentamente, ela foi até a mesa da Sonserina e quase parecia que estava em transe. Não parecia real. Parecia errado.

— Nós pegamos a garota de ouro — vários sonserinos cantaram. — Temos a garota de ouro.

Os olhos prateados de Malfoy ainda estavam fixos nela com um deleite diabólico. Como se ele tivesse acabado de ganhar um grande prêmio. Ele adorou isso e ela queria matá-lo.

De propósito, ela se sentou do outro lado da mesa, ao lado de um grupo que não parecia gritar tão alto.

— Bem-vindo, Granger — um cara disse.

— Fico feliz em ter você — disse a garota ao lado dele.

— Finalmente você está no time certo — disse outro.

Ela esboçou um sorriso, agarrando-se ao roupão em suas mãos. Ela captou o olhar de Harry e ele ainda parecia ter visto um fantasma, mas havia se recuperado o suficiente para sorrir para ela e acenar com a cabeça como se dissesse: está tudo bem.

— Calma todo mundo — McGonagall disse.

Hermione nem ouviu o resto. Foi estranho sentar deste lado do grande salão. Ela sempre tinha visto ele da mesa da Grifinória.

De repente, todos se levantaram e ela percebeu que McGonagall havia terminado seu discurso. Ela abriu caminho entre a multidão o mais rápido que pôde.

— Você está bem? — Ginny perguntou, tentando acompanhar os passos rápidos de Hermione. Harry estava bem ao lado dela.

— Eu não sei — Hermione disse com sinceridade. — Eu simplesmente não esperava por isso.

— Não importa — disse Harry. — É apenas uma casa.

— Apenas uma casa? — Ela perguntou. — Grifinória é toda a sua identidade.

Harry coçou a nuca. — Foi um mecanismo de enfrentamento para mim quando criança. Nunca tive uma família e a Grifinória parecia minha nova família. Mas só por sua causa e do Ron. Não somos mais crianças. As cores da casa não importam.

Ele estava certo, mas ao mesmo tempo, ela sabia que ele realmente não acreditava que fosse esse o caso. Talvez ele quisesse se convencer disso, mas ela nunca conheceu ninguém com tanto orgulho da Grifinória quanto Harry. E talvez também um grande desdém pela Sonserina. Além talvez de Ron. Se ela tivesse se tornado Lufa-Lufa ou Corvinal, as coisas poderiam ter sido diferentes.

Damaged Goods | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora