26

1.8K 119 22
                                        

Draco a soltou e os dois se viraram sem jeito para o professor.

Snape não saiu da porta. — Uma palavra. Quando vocês dois estiverem decentes. — Como uma nuvem escura, Snape foi embora.

Era engraçado como, mesmo com 20 e poucos anos, ela ainda se sentia como uma adolescente pega fazendo alguma coisa quando Snape a repreendia.

O rosto do professor estava estóico quando o encontraram no corredor da Mansão.

— Está tudo bem?

Draco assentiu. — Está seguro. Tanaka a tem.

O fato de ele ter vendido uma relíquia perigosa não pareceu surpreender nem incomodar Snape.

— Scrimgeour está furioso porque a relíquia foi perdida na Itália — ele explicou em sua habitual voz monótona. — Sem isso, ele não será capaz de instalar maldições imperius permanentes nos Comensais da Morte. Parece que ele está bastante paranóico.

— Sobre o que? — Hermione perguntou.

— Nenhum dos meus contatos no Ministério sabe exatamente, mas parece que ele quer construir um exército de ex-Comensais da Morte.

— Para que? Voldemort está morto — disse ela, precisando ouvir isso com frequência.

— Existem outros males neste mundo, Srta. Granger.

Scrimgeour queria usar ex-Comensais da Morte como soldados estúpidos para que pudessem morrer na linha de frente da próxima guerra, em vez de bruxos que não haviam conquistado a Marca. Ele não hesitaria em usar Draco como bucha de canhão na primeira chance que tivesse.

— Como podemos pará-lo? — Ela perguntou.

Os olhos negros de Snape pousaram nela com uma determinação silenciosa. — Neste momento, não há nada a fazer, Srta. Granger.

A maneira como ele dizia o nome dela sempre estava associada a um certo nível de desprezo. Ela desejou poder dar-lhe Veritaserum e perguntar por que ele não gostava tanto dela. Especialmente porque ela não era mais uma Grifinória. Não fazia mais parte do trio dourado.

— Sem a relíquia, Scrimgeour não tem meios para criar seu exército de Comensais da Morte. Continuaremos monitorando a situação e se houver necessidade de ação, você será informada.

Ele se virou para Draco. — Também estou aqui em nome do Ministério e para informá-lo sobre sua próxima tarefa.

Draco enrijeceu ao lado dela. Ambos sabiam o que isso significava. Mais assassinatos. — Onde?

Snape tirou um pergaminho de suas vestes e entregou a ele.

— Brasil — Draco leu em voz alta depois de desenrolar o pergaminho.

— Por que Brasil? — Ela perguntou.

Draco suspirou. — Muitos Comensais da Morte de alto escalão fugiram para lá depois da guerra.

Ele parecia quebrado e seu coração afundou. Mesmo depois de todos esses anos, ele ainda estava algemado e ela não podia fazer nada para libertá-lo.

— Posso aconselhá-la, senhorita Granger, a usar esse tempo para se concentrar em seus estudos? Afinal, você ainda é um estudante de Hogwarts, se devo lembrá-la.

Foi necessário todo o seu autocontrole para não gritar com ele. Foi ele quem a enviou em uma missão secreta com Draco e agora queria repreendê-la por não estudar o suficiente.

Quando ela olhou para cima, viu o professor encarar Draco com um olhar sombrio que ela não conseguia interpretar. Talvez tenha sido uma espécie de aviso? Olhos prateados e negros estavam travados em uma batalha silenciosa e nenhum deles parecia disposto a admitir a derrota.

Damaged Goods | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora