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Harry olhou para o chão onde estavam o corpo de Scrimgeour e a varinha quebrada de Voldemort. Hermione tinha acabado de contar tudo a ele. Sobre a maldição imperius permanente de Malfoy. O plano de Scrimgeour de implantar a maldição em outros ex-Comensais da Morte e criar seu próprio exército. Como ele ameaçou a vida de Hermione, como ele sugeriu que forçaria Draco a matá-la. Ela nem tinha contado isso a Draco e não tinha certeza se algum dia contaria. O pensamento ainda a deixava enjoada.

Harry estava quieto e ela não o culpava.

— Eu sei que é muito para processar — disse ela.

— Desculpe, mais uma vez, quando você descobriu que Scrimgeour estava com a varinha?

Essa é a parte pela qual ela se sentiu mal. Ela sabia que Harry temia que a varinha ainda estivesse por aí e ela não contou a ele.

— Eu sei que deveria ter vindo até você mais cedo. É só que você era tão próximo dele.

Harry parecia magoado porque sabia que isso significava que ela não confiava totalmente nele. — Lamento que você tenha passado por tudo isso. — Ele se agachou, olhando para o corpo mais de perto. — O que exatamente aconteceu com ele?

— Eu usei a varinha de Voldemort e... as coisas fugiram de mim.

Ele não disse nada sobre isso, mas Hermione tinha certeza de que podia ver a desaprovação nos olhos dele.

— Tudo bem, então a questão é como vamos explicar tudo isso? — Ele perguntou.

Naquele momento, Snape aparatou na sala. Ele olhou para a varinha quebrada e de volta para Hermione. Ela não tinha certeza se essa era a maneira dele de dizer 'muito bem' ou 'sua idiota' porque seu rosto era estóico.

— Nós contamos a eles exatamente o que aconteceu, Senhor Potter. Esconder a varinha do Lorde das Trevas é um crime grave. Tentar criar um exército de ex-Comensais da Morte contra a vontade deles é certamente outro. Você será interrogada, Srta. Granger. Sua declaração será suficiente, tenho certeza.

— Você acha que eles vão acreditar na minha palavra?

Snape olhou para ela enquanto Harry pigarreava.

— Mione, não é como uma investigação policial trouxa. Isso não é feito conversando. Eles estão usando legilimência para vasculhar suas memórias.

— Oh.

— Já que você é excepcionalmente ruim em oclumência, vou vasculhar suas memórias, para que outros Aurores não vejam nenhuma memória que não estejam procurando.

Ela corou, lembrando-se da última vez que Snape examinou suas memórias. A primeira imagem que apareceu foi de Draco empurrando-a contra a estante da biblioteca.

— Já solicitei uma reunião de emergência, pois precisamos encontrar um substituto para o senhor Scrimgeour — disse Snape. — Temos que nos preparar para uma luta com Bellatrix e não podemos mostrar nenhuma fraqueza.

Harry assentiu. — O que voce precisa que eu faça?

— Como o escolhido — ele sempre dizia esse termo com escárnio, — você deveria ser o rosto público. Dê uma entrevista ao Profeta Diário e conte-lhes o que aconteceu.

— Devo falar sobre Malfoy? — Ele perguntou.

— Sim — Hermione respondeu.

— Não — Snape disse quase ao mesmo tempo.

— Eu estaria morta se não fosse por ele — Hermione protestou.

Snape quase revirou os olhos para ela. — Sim, Srta. Granger, estou mais do que ciente de quantas vezes você precisou ser salva. Trata-se da mensagem para o público. O nome Malfoy, como você certamente deve saber, não tem grande reputação. Se o seu nome for mencionado em conexão com o assassinato do Ministro da Magia, temo que isso complicaria as coisas. Em vez disso, nossa história é que ele não teve nada a ver com a descoberta e destruição da varinha. Nem com a morte de Scrimgeour.

Damaged Goods | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora