The Luthor's - Supercorp

Quando um Luthor ganha um amigo

- Se você está acordada nesse exato momento e eu estou aqui, quer dizer que você já sabe das notícias, não é? - Kara perguntou assim que atravessou a enorme porta da mansão em que cresceu. - Oi, Lillian como você tem passado? Sempre tão linda, parece vinho.

Sua mãe nem ao menos sorriu. O rosto concentrado e extremamente sério lhe observou por alguns instantes.

- Kara, eu já disse que galanteios não resolverão os nossos problemas. - Suspirou - Façamos o seguinte, sente-se aqui e me conte sobre as coisas que você sentiu.

Kara suspirou por alguns segundos, mas caminhou em silêncio fazendo o que sua mãe ordenou.

- Eu não me lembrava como era voar e fazem poucos meses desde a última vez em que eu fiz isso. - Sorriu. - Mãe, eu senti como se fosse livre outra vez.

- Você se sentia, presa? - Lillian era uma boa observadora, mas estava há meses longe de sua criança, mesmo que nas raras vezes em que stalkeava sua filha mais nova, sabia que haviam detalhes sobre ela que desconhecia. - Querida, isso aqui não é um tipo de consulta psiquiatra, sou apenas a representação da sua mãe terrestre e quero que você se sinta confortável para continuar se abrindo comigo.

- Eu só estive tão focada e feliz sendo humana que esqueci totalmente as habilidades que o sol amarelo me fizeram ter, mãe. - Aquilo era real, para Kara ter uma vida totalmente diferente da qual ela esteve acostumada, precisou abdicar de algumas coisas para poder se encaixar, tudo por escolha própria e Lex agradeceu, a família sabia o quão difícil era encobrir os rastros que a mini Luthor poderia deixar. - Estou feliz com minha vida, mãe e eu só... Eu não sei, entende? Eu estava saindo de um encontro quando ouvi vozes e foi bem assustador, na primeira impressão porque acabei me assustando com a intensidade do som, não foi um incômodo por eu ser acostumada, realmente um susto momentâneo e eu só queria que aquele barulho de turbinas terminassem de uma vez, eu iria ignorar por você já saber o motivo, mas então me perguntei se seria capaz de fazê-lo se algum dos meus irmãos estivesse naquele avião e a resposta foi bem clara. Acredita que eu tive dificuldades de voo? - Franziu o cenho. - Eu quase não consegui sair do chão, mas é isso... Eu salvei um avião de uma provável explosão e agora o meu rosto está em todos os jornais locais.

- Internacional também, você quer dizer... - Lillian a alertou. - Querida, o que me consta é que o seu rosto não foi visto, mas isso não impede que outras pessoas fiquem de olhos abertos sobre a provável aparição, Cat Grant inclusive, criou uma identidade para você: chamam de Supergirl, em uma referência obvia ao...

- Eu sou mais poderosa, não posso viver as sombras de um patife! - exclamou.

- Onde está a educação que eu te dei? - lembrou a Kara, e a mesma pediu desculpas logo em seguida. - Eu não posso te manter escondida sobre esses muros, Kara. Você já é uma adulta agora com obrigações e interesses, sabe muito bem se cuidar, mas eu quero que continue vindo até mim sempre que precisar de um colo... Eu posso não ter te colocado no mundo, mas você faz parte de mim como se eu tivesse feito. Eu preciso saber que você está bem e que está segura.

- Eu não quero salvar o mundo, Lillian. - Ela sempre teve convicção disso. - Mas eu quero um lugar melhor para a minha família, agora eu tenho recurso para que não veja meu novo lar ser explodido e perder tudo novamente.

- Você estará segura e tranquila, agora vamos para o quarto. Amanhã os seus irmãos estarão com um arsenal de ligações para saber notícias suas e eu estou com saudades de ter você por perto.

Kara se colocou de pé e sorrindo, caminhou até Lillian e mesmo sabendo que a mais velha odiava com todas as forças ser erguida, a garota colocou sua mãe em seus braços e em segundos estavam no quarto da matriarca. Lillian resmungou, mesmo acostumada com aquilo, mas agradeceu por ter sua menina dormindo tranquilamente em seus braços horas depois, mesmo que ela mesma não conseguisse fazer o mesmo por pensar que a partir dali, tudo seria diferente para aquela menina.