𝚂𝚒𝚡 ♦️ 𝚆𝚘𝚛𝚛𝚒𝚎𝚜

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Apesar de tudo, ainda tenho Chan

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Apesar de tudo, ainda tenho Chan. Aquele em que eu sinto poder contar tudo o que necessito, tudo o que sinto e que receio. Ele é como meu diário. No começo do nosso "relacionamento", eu sempre contava tudo para ele. Eu amava, esse sentimento de finalmente poder me sentir mais leve e encorajada. Faz tempo em que não conto nada além da pressão da escola e das brigas com Beomgyu. Aliás... acabei ficando meio receosa ao contar algo para Chan já que o mesmo só fala o mesmo "Ah sim" "entendo" "nossa" "legal" "que pena". Suas falas secas me deixam encomodada mas tento pensar como se fosse sua forma de se comunicar. "Ele é uma pessoa reservada" ⎯ penso.

⎯ O que você tem? ⎯ Ele retira sua atenção do desenho e me encara. Seus olhos negros e felinos em que eu tanto espero que me olhem como antes.

⎯ Como assim?. ⎯ Sabia do que estava falando, mas prefiro não envolver.

⎯ Você nunca fica calada quando nos encontramos. Algo está a encomodando? Brigou novamente com aquele...Br...Be...⎯ Ele se esforça para se lembrar do nome de Beomgyu, em que eu falo toda vez que nos encontramos.

⎯ Beomgyu.

⎯ Isso!.

⎯ É que... ⎯ Eu não consigo, não consigo esconder por muito tempo. Desculpa Beomgyu, mas não se preocupe, Chan é confiável.

E assim, acabei contando tudo para Chan que escutava atentamente. Ele não esboçou reação alguma, mas sabia que estava completamente chocado por dentro.

⎯ Isso é... tenso. ⎯ Ele conclui.

⎯ Eu realmente não sei o que fazer, estou com tanto medo.

⎯ No momento, fale para a polícia. O que mais poderia ser?.

⎯ Não posso.

⎯ Por quê?. ⎯ Não, não contei sobre as ameaças. Prefiro deixar Chan fora disso.

⎯ Eu...

⎯ Não vai bancar de medrosa, vai? Eu não te conheci assim. ⎯ decido ficar calada. As pessoas sempre me conhecem como a "Ryujin sem medos". Que tipo de impressão eu formei?.

(•••)

Depois de algum tempo ele decide ir embora e eu vou para casa, já estava ficando tarde. As ruas estavam calmas e quase vazias.

Decido pegar um atalho para chegar mais rápido, porém sinto que alguém estava me seguindo. Tento pensar que é tudo da minha cabeça por conta do meu medo, mas ao escutar pegadas atrás de mim, me recuso a checar então começo a andar mais rápido.

Sinto que a pessoa atrás de mim segue minha sequência a cada passada rápida. Com medo e querendo sair o mais rápido possível dali, comecei a correr. A adrenalina consumindo meu sangue, fazendo meu coração pular alto e minha garganta fechar. Sentia a pessoa atrás correr junto. Pego meu celular e ligo para Beomgyu. Uma, duas, três chamadas, e nada.

⎯ Beom! ⎯ Quando ele finalmente atende na quarta eu me debato com algo derrubando meu celular no chão o fazendo desligar.

Meu corpo cansado e tenso se choca com o chão. Fecho meus olhos fortemente respirando com dificuldade.

⎯ Está bem? ⎯ Uma voz calma e dolorosa soa em meus ouvidos. Abro meus olhos devagar me dando de cara com uma pessoa. Era um garoto, loiro, alto, olhos felinos e com o uniforme da minha escola. Eu não o conheço.

⎯ E-Estou... ⎯ Falo fraca e confusa.

⎯ Acho que tivemos uma pequena colisão. ⎯ Ele sorri brincalhão e ao se levantar me ajuda a levantar também.

⎯ Desculpa, por bater em você.

⎯ Tudo bem isso acontece. E uau... você está suando! Por que estava correndo? Você parece assustada. ⎯ ele olha atrás de mim a procura de algo. Encaro sua mão direito vendo uma luva. Por que ele tem uma luva na mão direita? Será que ele está com a mão machucada?.

⎯ Eu só... deixa pra lá.

⎯ Tudo bem se não quiser contar. Aliás, você se machucou?. ⎯ Ele falava calmo e prestativo. Parecia uma pessoa legal.

⎯ Não. ⎯ Menti, óbvio. Meu pé estava doendo muito.

⎯ Que bom. Aliás, eu vi você na escola hoje, protegendo aquele garoto daqueles idiotas. Eu ia lá mas você chegou e rapidamente concluiu tudo!.

⎯ Eu não lembro de ver você na escola...

⎯ Sou novato, cheguei hoje.

⎯ Qual sua turma?.

⎯ 7.

⎯ Ah, agora está explicado. ⎯ Ele sorri. Não sei se é a falta da luz naquele local ou ele é realmente muito bonito. ⎯ Bom, terei que ir. Tchau. ⎯ Aceno para ele que acena de volta.

⎯ Espera! ⎯ Paro. ⎯ Qual o seu nome?.

⎯ Ryujin, Shin Ryujin.

⎯ Jaewon, Song Jaewon.

Ao sair de seu ponto de visto, demonstro minha dor em meu pé andando devagar e cambaleando. Ah! Isso dói!.

Ao finalmente chegar em minha rua, encontro Beomgyu andando de um lado para o outro batendo freneticamente seu celular em sua mão. Parecia muito preocupado. É estranho vê-lo assim, tão ansioso.

Me aproximo mais. Quando ele finalmente me nota ele corre até mim.

⎯ Você está bem!? Está machucada?!.⎯ Ele pega em meus braços me examinando inteira.

⎯ Eu estou bem... ⎯ Sinto meus olhos marejarem e meu nariz arder.

⎯ Quando você me ligou, só consegui escutar sua voz ofegante chamando meu nome e seu grito antes do celular desligar.

⎯ Eu estava sendo seguida.

⎯ O quê?!⎯ Ele olha para trás.

⎯ Ele foi embora, consegui despista-lo.

⎯ Onde estava? Como pode sair sozinha a essa hora?! ⎯ Ele estava exaltado. Falando alto. Não imaginava que ele poderia se preocupar tanto comigo.

⎯ Eu só... quero ir dormir. ⎯ Estava claramente cansada, e Beomgyu percebeu isso naquele momento. Ele solta meus braços e se afasta.

⎯ Vai descansar, você deve estar exausta. ⎯ Ele se afasta mais, me dando caminho para a porta da minha casa. Me arrasta até lá, passo a chave e abro a porta. Antes de entrar, o encaro que sorri para mim e murmura um "vai". Respiro fundo e entro dentro de casa.

Isso não pode continuar assim.

Subo para o meu quarto, tomo um banho, visto algo confortável e cuido do meu pé inchado. Vou até a janela onde vejo Beomgyu ainda em frente da minha casa olhando para a minha janela. Sinto um sorriso involuntário cobrir meu rosto. Estava me sentindo... estranha?.

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Novo personagem;

Hwarang ( Tempest )

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Hwarang ( Tempest )

Keep SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora