𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 ⎯⎯⎯ 𝙽𝚒𝚗𝚎

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Minha mãe está mais estabilizada

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Minha mãe está mais estabilizada. Estou em busca de emprego mas até agora nada. Beomgyu está cuidando de mim enquanto ainda não consigo ficar estável. Tenho crises de falta de ar constantemente e ando me assustando com muita facilidade. Durmo rápido todos os dias por cansaço. Não estou comparecendo a escola. Ainda está muito difícil.

Até agora ele não mandou mais mensagens, e me sinto aliviada por isso. Tenho medo de olhar meu celular.

⎯⎯ Trouxe seu jantar ⎯⎯ Beomgyu aparece no quarto com uma bandeja em mãos. ⎯⎯ Suas amigas estão com saudades, perguntaram sobre você novamente hoje.

Somente confirmo com a cabeça.

⎯⎯ Todos querem que você volte, e eu também ⎯⎯ O encaro. ⎯⎯ Mas irei respeitar o seu tempo ⎯⎯ Ele limpa o molho em minha bochecha. Cada vez mais percebo o quão dependente de Beomgyu estou, e isso não é bom.

⚠️

Acordo no meio da noite com falta de ar. Tive mais um pesadelo com ele. Sua capa escura me assombrava.

Beomgyu se acorda de uma vez e me socorre.

⎯⎯ Está tudo bem, eu estou aqui, respira devagar ⎯⎯ Ele segura minha mão enquanto vai massageando as minhas costas. ⎯⎯ Está tudo nem, vai ficar tudo bem, ele não está aqui, eu protejo você.

Minha respiração foi finalmente tomada de volta e regularizada. Ele alisa meu cabelo aliviado por eu ter voltado ao normal.

⎯⎯ Pronto, está tudo bem.

⎯⎯ Precisamos conversar ⎯⎯ O encaro.

⎯⎯ O que quiser falar pode me dizer.

⎯⎯ Eu não quero depender de você, estou percebendo que já está passando dos limites. Eu ainda estou em choque e sei que você está preocupado mas tem que me deixar fazer as coisas sozinha. Não precisa trazer a minha comida sempre, matar aula para se certificar que eu não fique só. Não precisa pentear meus cabelos sempre, ou controlar o meu limite de olhar minha casa pela janela. Eu agradeço esse seu cuidado por mim mas eu tenho medo de eu acabar me acostumando à dependência e atrapalhar a sua vida. Não se prenda a mim.

⎯⎯ Eu entendo o que está falando mas eu não consigo não fazer essas coisas. Eu estou com medo Ryujin, mas tenho mais medo ainda de deixá-la só, de algo acontecer, de você ter uma crise e eu não estar por perto. Eu quero ajudá-la a melhorar.

⎯⎯ E eu irei, com o tempo. Mas tem que me deixar melhorar sozinha ⎯⎯ Ele encara o chão. ⎯⎯ Prometo dar o meu melhor, não o deixarei preocupado.

Seu celular toca e ele atende. Por um breve instante seus olhos arregalam e ele me encara.

⎯⎯ Sim, iremos com certeza ⎯⎯ Ele dá suas últimas palavras ao telefone e desliga. ⎯⎯ A tatuagem foi decifrada.

Meu coração gela.

⎯⎯ Ryujin, você estará pronta?

⚠️

Mais uma vez estou na sala fria do Policial Park e mais uma vez, estou suando como se estivesse pegando fogo.

O Park entra na sala e coloca um desenho na mesa. Era a tatuagem. Um ninho de cobras.

⎯⎯ Assim será mais fácil encontrá-lo, não são todos que tem um ninho de cobras tatuado na mão direita.

⎯⎯ Graças a Deus ⎯⎯ Beomgyu sorri satisfeito.

Encaro o desenho. Por favor, que o encontre rápido.

Saímos da delegacia e Beomgyu saltitava animado.

⎯⎯ Vamos? Devemos ir a algum lugar
⎯⎯ Ele pega em minha mão.

⎯⎯ Para onde?

⎯⎯ Você saberá quando ver.

Pegamos o primeiro ônibus que surgiu e seguimos o caminho. Beomgyu estava aprontando algo.

Descemos depois de muito tempo. Beomgyu me manda fechar os olhos e assim o faço, mas o retardado queria que eu subisse escadas de olhos fechados então tive que abri-los até chegar no topo.

Eu andava por uma escada de um prédio abandonado. Não sabia o motivo de ele ter me trazido aqui.

Ao chegar no final, em frente a uma porta enferrujada ele me manda fechar os olhos. O barulho da porta abrindo foi alto e dolorido. Ele me guia devagar para frente.

Ele para e me manda abrir os olhos.

Uma perfeita vista do céu e da cidade inunda meus olhos. O sol estava se pondo e o ceu adquiriu belas cores enquanto as luzes da cidade começavam a se ascender. Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto metade do buraco em meu peito ser preenchido com tranquilidade.

⎯⎯ Aqui, Moranguinho, você poderá liberar o que está segurando. Grite, o mais alto que puder. Coloque tudo para fora.

Encaro o céu e sorrio. Preparo o meu pulmão e juntando todos os pensamentos eu grito. Tão alto que os pombos que estava perto se assustam e saem batendo as asas.

Foi uma ótima experiência.

⎯⎯ Está melhor? ⎯⎯ Sorrio para ele.

Eu quero tanto agradecê-lo mas não consigo falar, minha garganta ainda está presa.

Encaro Beomgyu que encarava o céu, com um doce e pequeno sorriso nos lábios. Quem eu queria enganar? Esse tempo todo foi Beomgyu, sempre foi ele mas eu escondia, escondia no ódio que achava que sentia por ele. Não queria aceitar isso. Será que é tarde demais para conversar sobre nós?

⚠️

Ao chegarmos em casa, já era noite. Tudo estava silencioso, minha mãe e nem a tia Choi ainda não tinham voltado.

Vou tomar um banho e visto alguma roupa de Beomgyu para dormir. Ao descer as escadas encontro tudo escuro.

⎯⎯ Beom? ⎯⎯ procuro por sua presença até que as luzes se ascendem e o vejo.

Estava de pé perto do interruptor com um bolo em mãos. Ele começa a cantarolar uma canção de aniversário enquanto vem até mim.

Eu esqueci o meu aniversário...

Ele chega mais perto e encaro seus olhos que refletiam a luz das velas o fazendo brilhar. Esses olhos que em todo o momento foram sinceros mas eu me recusava a crer.

Seus cuidados escondido, as provocações... tudo sinalizava para somente um lugar. Ele tentava falar comigo mas eu recusava. No final das contas, Beomgyu começou sendo especial para mim e terminou sendo especial para mim. E agora eu enxergo isso.

Pego o bolo com delicadeza e coloco na mesa ao lado, volto pata Beomgyu e sorrio antes de me jogar em sua direção, puxando sua cabeça e colando nossos lábios.

Fui com uma enorme intensidade e depois de alguns segundos essa intensidade foi correspondida. Beomgyu me abraçou, me beijando também. E diferente dos outros beijos que tivemos, esse foi o mais doce.

Beomgyu me coloca em cima da mesa, se colocando entre as minhas pernas para que tenhamos mais contato entre o beijo.

Fomos atrapalhados por nossas mães abrindo a porta.

Keep SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora