𝙵𝚘𝚞𝚛♦️𝙴𝚟𝚎𝚛𝚢𝚝𝚑𝚒𝚗𝚐 𝚑𝚊𝚜 𝚝𝚘 𝚐𝚘 𝚋𝚊𝚌𝚔 𝚝𝚘 𝚗𝚘𝚛𝚖𝚊𝚕

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Normal, tenho que agir normalmente na frente delas

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Normal, tenho que agir normalmente na frente delas. Os policiais se foram, disseram que amanhã voltariam para mais análises. Aconselharam fechar o local da morte, ninguém entra lá. Já era hora do almoço, estava junta de Jisu e Chaeryeong que não paravam de falar sobre, já estava ficando nervosa. Encaro Beomgyu do outro lado do refeitório conversando e rindo com os garotos. Como ele consegue? Estamos literalmente sendo ameaçados por um assassino desconhecido e ele sorri?.

⎯ Ryu? Ryu? SHIN RYUJIN! ⎯ Jisu grita me assustando e atraindo a atenção das pessoas.

⎯ O que foi? Não precisa gritar, estão todos olhando agora.

⎯ E o que é que tem? Não é como se todos dessa escola já não nos secassem o bastante. ⎯ Ela da de ombros sem se importar. ⎯ O que você tem? Está no mundo da lua, uma coisa em que você nunca faz.

⎯ Não é nada, só estou com sono.

⎯ Como sempre. Enfim, quem você acha que matou o professor Park?.⎯ Ela se aproxima.

⎯ Não sei... nem quero saber.

⎯ Como não? E se for algum professor da nossa escola, ou aluno.

⎯ Acho que não, o professor Park era o mais legal e mais querido daqui. Ninguém aqui teria coragem de fazer isso com ele. ⎯ Chaeryeong discorda de Jisu.

⎯ Aí é que está, por ele ser tão amado, a pessoa que fez isso tem mais chance de sair impune pois ninguém suspeitara de ninguém da escola, com todos o amando.

⎯ Acho que já está bom de falar sobre isso. ⎯ Já estava nervosa, minha perna não parava quieta, meu coração estava acelerado. Minha mente estava começando a criar situações sem sentido. Estava me imaginando subir nessa mesa e anunciar que eu sei quem é o assassino e todos vão para cima de mim atrás da verdade e ele... aparece... o capuz preto... a tatuagem na mão. Oh céus! Eu estou enlouquecendo.

⎯ Por que? Já imaginou que se encontrarmos o assassino seremos heroínas?.

⎯ Jisu, para de falar besteiras!. ⎯ Me levanto de uma vez as assustando. ⎯ Não entende a gravidade da situação?! PARA DE ME ENCHER COM ISSO!. ⎯ Saio de vez do lugar.

O que está acontecendo comigo? Eu não vou aguentar por muito tempo.

Indo para longe do refeitório acabo esbarrando em alguém.

⎯ Opa, cuidado garotinha. ⎯ Olho para o dono da voz e vejo um policial. Ué, eles não tinham ido embora.

⎯ Vocês não tinham ido embora?. ⎯ Acabo falando sem pensar.

⎯ Sim... mas eu fiquei para terminar umas coisas. Tem algum problema com isso?. ⎯ Ele se aproxima me olhando atento.

⎯ N-Não, nenhum. É o seu trabalho. ⎯ Ele sorri. Ele me deixa nervosa.

⎯ Você está bem? Está pálida. Está passando mal?.

⎯ Não, está tudo bem. ⎯ Olho o seu nome em sua camisa. ⎯ Park Bo-Gum... ⎯ Falo baixo e ele me olha atento.

⎯ Tem certeza?.⎯ Faço um sim com a cabeça e saio.

Não sei se aguentarei por tanto tempo.

[•••]

Tatuagem... que tatuagem é aquela? Eu já a vi em algum lugar, por que não consigo me lembrar onde?.

Meu celular vibra me tirando de meus pensamentos. O pego e vejo que era uma mensagem do Chan. Me esqueci, não o encontrei hoje.

C⛅: Você está bem? Por que não foi hoje, eu estava a esperando.

Sinceramente, não quero o responder agora.

⎯ Filha?. ⎯ Minha bate na porta me assustando.

⎯ Sim?.

⎯ Venha, a janta está pronta e a senhora Choi está aqui com o pequeno Beomgyu. ⎯ Beomgyu...

Me levanto e saio do quarto. Ao chegar na sala o vejo com sua mãe. Por algum motivo, eu preciso da presença dele para me sentir mais calma. Deve ser pelo fato dele também saber o que estou passando. No momento, só posso contar com ele.

⎯ Beom... ⎯ Falo em quase um fio de voz, ele retira sua atenção da sua mãe e me encara. Ao me ver seus olhos ficam mansos.

⎯ Ryujin. ⎯ Ele se levanta.

⎯ Ryu, meu anjo. ⎯ a senhora Choi, mãe de Beomgyu vem até mim e me abraça.

⎯ Tia Choi.

⎯ Trouxe sua sobremesa favorita, torta alemã.

⎯ Obrigada tia Choi. ⎯ Sorrio, tentando parecer calorosa.

⎯ Venham, a mesa está pronta. ⎯ Minha mãe chama e então fomos comer.

Estava como sempre; Beomgyu e sua mãe costumam comer em minha casa pelo menos duas vezes na semana, assim como eu e minha mãe na dele. Virou um hábito.

Nossas mães conversando como se não vissem uma a outra a anos, e eu e Beomgyu sempre ficamos calados, rezando para que tudo acabe logo.

⎯ Podemos conversar depois do jantar?. ⎯ Sussurro para ele.

⎯ Claro. ⎯ Ele sussurra de volta.

⎯ O que estão cochichando?. ⎯ A senhora Choi pergunta.

⎯ Sabe o que eu acho Bo-ra. Esses dois estão estranhos hoje, estão menos... raivosos? Ryujin por exemplo, quando falei que Beomgyu estava aqui correu para fora do quarto. Ela sempre lutava para ficar tracanda.

⎯ Olha só mãe, coma mais, seu prato ainda está cheio. ⎯ Coloco comida em sua boca para ela ficar calada. Encaro Beomgyu que solta uma risada baixa. Aish!.

[•••]

Finalmente o jantar já havia acabado e a senhora Choi e minha mãe ficaram fofocando no sofá.

⎯ O que queria falar?. ⎯ Ele se aproxima comendo a sobremesa novamente.

⎯ Como você consegue?.

⎯ Consigo o quê?.

⎯ Porra Beomgyu, com tudo isso acontecendo, com um vaso quase caindo em minha cabeça. Com uma morte presenciada, ameaças de alguém em que nem conhecemos e que pode nos matar. Ele estava nos vigiando, ele estava lá hoje!. ⎯ Ele respira fundo e coloca o prato na pia atrás de nós.

⎯ Olha Ryu... sei que está assustada, e acreditando ou não, eu também estou. Mas você quer que eu faça o quê? No momento não podemos acionar a policial, não podemos fazer nada além de fingir que isso não aconteceu.

⎯ Como vamos fingir que isso não aconteceu? Beomgyu, toda vez em que eu fecho os olhos para dormir eu vejo a cena se repetir na minha cabeça. ⎯ Naquele momento, minha visão estava turva por conta do olhos marejados. Ele morde o lábio inferior e encara o chão.

⎯ Não vai ser fácil, mas para a nossa segurança, vamos ter que voltar ao  normal. Como se nada tivesse acontecido, vamos voltar com nossas provocações idiotas, como todos os dias. Você consegue?. ⎯ Ele encara fundo em meus olhos. Eu não tenho escolha...

Keep SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora