Capítulo 28

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Maya: como assim?

Bruno: você tem que ir embora, Maya.

Maya: o quê? - me afastei e ele respirou fundo.

Bruno: você e eu não podemos ficar juntos - eu ri.

Maya: você está falando sério? - ele cruzou os braços de novo - Bruno!

Bruno: é sério, Maya.

Maya: o quê? Por quê? Eu fiz alguma coisa?

Bruno: você me atrapalha, Maya. Me desconcentra. E com o que eu faço, não posso ter alguém no meu pé.

Maya: ah fala sério, Bruno. Pelo jeito que você diz que me ama, acha que eu vou acreditar nisso?

Bruno: eu sinto falta da minha vida de antes, Maya. Eu amei você sim, até perceber que eu perdi minha liberdade por sua causa. Ter uma família, viver a vida toda com uma pessoa, não é o que eu quero para mim. Vamos ser sinceros, olha só para mim. Consigo achar alguém muito melhor que uma menina marrenta e brigona. Alguém com mais... Classe - dei um tapa forte em seu rosto.

Maya: você é um filho da puta. Foi para isso que você me tirou da casa da minha tia? Para me dispensar quando se cansasse de mim?

Bruno: você não vai voltar para lá, não se preocupe. Eu conversei com Bruce, você vai para a casa dele. Pode ficar o tempo que precisar por lá.

Maya: eu realmente acreditei que fosse uma pessoa boa. Alguém que eu podia amar. Eu entreguei cada parte de mim para você, Bruno.

Bruno: eu não te pedi nada - disse olhando para o chão.

Maya: vai se foder. Olha para mim, Bruno - ele negou com a cabeça e me encarou. Ele estava sério. Eu não conseguia ver nenhum sentimento em seu rosto - você tem noção do quanto eu te amo? - eu não conseguia normalizar minha respiração - tem noção do quanto isso está me machucando?

Bruno: eu não tenho nada a ver com isso - eu ri.

Maya: você é um desgraçado, Bruno. Eu devia ter escutado o que os outros me diziam. Devia ter ouvido a minha intuição. E ela gritava o tempo todo que seu irmão era a pessoa certa.

Bruno: ótimo, agora você está livre para tentar com ele.

Maya: você merece morrer sozinho, Bruno.

Bruno: é o que dizem - neguei com a cabeça e saí do escritório. Minhas malas estavam na sala. Rosa forçou um sorriso para mim e passou a mão no meu rosto. Eu ajudei Alberto a colocar minha coisas no carro.

Maya: não chora, Rosa - ela negou com a cabeça.

Rosa: eu vou sentir muito sua falta.

Maya: também vou sentir a sua - minha voz falhou - ele quebrou meu coração em milhões de pedacinhos, mas cuidem dele por mim, por favor.

Alberto: pode deixar - ele beijou minha testa. Ele me levou até a casa de Bruce, que estava esperando na porta.

Bruce: oi - ele sorriu sem mostrar os dentes. Bruce me abraçou e eu desabei.

A Virgem do BordelOnde histórias criam vida. Descubra agora