Eu não vi Bruno nós próximos dias. Ele saia cedo e chegava tarde. Alberto disse que ele estava muito ocupado. Eu mal tinha visto Alberto também, ele sempre saía com Bruno.
Mas Bruce apareceu. Ele estava de folga e resolveu passar.
Bruce: cadê meu irmão? Pensei que estaria aqui.
Maya: não. Eu tenho ficado só com Rosa nos últimos dias. Bruno está ocupado.
Bruce: com o que?
Maya: eu não faço ideia, ele não fala comigo.
Bruce: ih, vocês brigaram?
Maya: não. Apesar de fazermos isso muito bem - ele riu.
Bruce: o que você faz, então?
Maya: eu leio. Brinco com o cachorro e agora, danço. Vem cá - ele me seguiu até a sala onde a barra estava instalada.
Bruce: o que é isso?
Maya: uma barra de pole dance. Senta aí, vou te mostrar.
Bruce: vai dançar para mim? Tem certeza? Bruno não vai gostar disso.
Maya: é só uma dança, nada além disso. E se Bruno ficar irritado, não seria nenhuma novidade - nós rimos. Coloquei uma música e comecei meu número. Bruce as vezes me olhava com uma expressão confusa quando eu realizava um movimento mais complicado, era engraçado.
Bruno: mas que porra é essa? - eu quase fui com a cara no chão. Eu desci da barra.
Maya: o que?
Bruno: o que pensa que está fazendo?
Maya: dançando.
Bruno: para ele? - apontou para o irmão.
Maya: ele foi a companhia que eu tive hoje. Estava cansada de só ter as paredes para me ver.
Bruno: e você? - foi para cima do irmão, que não recuou - ela é minha mulher. E você é meu irmão, porra!
Bruce: é só uma dança. Nunca tinha visto ninguém dançar assim. Foi lindo.
Maya: obrigada.
Bruno: sai da minha casa - Bruce bufou.
Bruce: foi bom te ver, Maya.
Maya: volta outra hora - ele sorriu e saiu.
Bruno: que merda você estava fazendo?
Maya: dançando, Bruno.
Bruno: para o meu irmão? Eu sou eu marido, devia fazer isso para mim.
Maya: ah, claro! Porque nós passamos muito tempo juntos, né? - me aproximei - você fica quase o dia todo fora, chega sempre com essa cara de mal humorado, nem fala comigo! Eu fico sozinha aqui, Bruno.
Bruno: e precisava fazer isso para o meu irmão?
Maya: do jeito que você fala parece que eu estava batendo uma para ele. Eu estava dançando, só isso. É uma das poucas coisas que eu sei fazer e gosto. Podia ser para o Bruce, para você ou até para a Rosa. Se eu estivesse com segundas intenções com o Bruce, não faria nada na sua casa. Você é um ciumento idiota.
Bruno: eu? Com ciúmes? - ele riu.
Maya: admite Bruno - fiquei na ponta dos pés - você está morrendo de ciúmes, querido - ele me puxou e me beijou. Bruno parou o beijo e me encarou.
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A Virgem do Bordel
RomanceMaya cresceu nos corredores de um bordel, uma criança moldada pela sombra do negócio da família. Sua mãe trabalhava para sua tia, a dona do estabelecimento, e ali ela aprendeu a sobreviver no mundo impiedoso que a cercava. Tudo muda quando ela cruza...