[...]
Bruno tinha saído cedo com Alberto. Desde que descobrimos a gravidez, ele não tem saido muito e, quando sai, me pede para ir junto. Ele disse que hoje seria rápido e que não queria me tirar da cama. Eu desci para tomar café da manhã com Rosa e depois, nós ficamos juntas na cozinha, conversando.
Ouvimos a campainha.
Rosa: menina, se importa de abrir?
Maya: claro que não, Rosa - ela sorriu e eu fui até a porta. Um homem mais velho estava do lado de fora.
Xy: com licença - ele me olhou dos pés à cabeça, parecia confuso - Bruno Fontana ainda mora aqui?
Maya: sim, mas ele não está. Por quê? - ele estendeu a mão e nos cumprimentamos.
Xy: perdão, eu sou Joseph. Conheci Bruno quando ele ainda era uma criança, mas perdemos contato, muitos anos atrás.
Maya: eu sou Maya, esposa dele.
Joseph: então o garoto se casou? Me desculpe a intromissão, mas você está grávida, não é? Sei que não se pergunta esse tipo de coisa, mas...
Maya: eu estou grávida.
Joseph: uau! - ele riu e negou com a cabeça - se importa se eu esperar por ele?
Maya: não, tudo bem - ele concordou e se sentou em uma das cadeiras da varanda da entrada - escuta, por que não entra? O almoço deve sair logo.
Joseph: não precisa, não quero incomodar.
Maya: vou ficar bem incomodada se ficar do lado de fora - ele riu e concordou.
Joseph: tudo bem - ele se levantou e nós entramos - você é bem gentil, para a esposa de um homem como Bruno.
Maya: obrigada. Mas você disse que perdeu contato com Bruno há muitos anos. Como pode saber que tipo de homem ele se tornou? - ele ergueu as sobrancelhas.
Joseph: você está certa. Ele era um garoto bom. Espero que os negócios não tenham corrompido ele.
Maya: ah... Então você é esse tipo de cara?
Joseph: eu era. Não se preocupe, não vim para fazer mal a ninguém. Os seguranças da entrada me revistaram e eu não trouxe nenhum tipo de arma.
Maya: que bom para você. Assim, vai ter a oportunidade de comer a carne assada que Rosa está fazendo - ele riu.
Nós almoçamos juntos e conversamos. Rosa o encarou durante todo o almoço, como se o conhecesse mas não conseguisse lembrar de onde.
Joseph: é o primeiro filho de vocês?
Maya: bem, sim. Eu tive uma gravidez alguns meses atrás mas - dei de ombros.
Joseph: eu sinto muito. Eu e minha esposa também perdemos um. Tivemos quatro filhos saudáveis depois - ele sorriu.
Maya: então você é casado.
Joseph: viúvo. Eu a perdi alguns anos atrás. Câncer.
Maya: ah, eu sinto muito. Perdi a minha mãe para o câncer também.
Joseph: você pareceu hesitar para dizer essa frase.
Maya: é uma história longa, complicada e cheia de furos - nós rimos e ele concordou.
Joseph: faça um resumo, talvez eu entenda - ergui as sobrancelhas.
Maya: minha tia era minha mãe e minha mãe era minha tia. Minha prima na verdade era minha irmã. Minha prima morreu porque ela descobriu que éramos irmãs e queria me contar, a mãe dela deixou que um louco a matasse. Já a minha mãe ficou doente e minha tia não deixou que ela buscasse tratamento até não aguentar mais e depois ainda trocou seus remédios por placebo. Depois, ela tentou me matar para ficar com o meu marido. Nada disso importa mais, porque as três estão mortas. E eu não faço a menor ideia de quem seja meu pai - ele me olhava com os olhos arregalados.
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A Virgem do Bordel
RomanceMaya cresceu nos corredores de um bordel, uma criança moldada pela sombra do negócio da família. Sua mãe trabalhava para sua tia, a dona do estabelecimento, e ali ela aprendeu a sobreviver no mundo impiedoso que a cercava. Tudo muda quando ela cruza...