Capítulo 47

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> Maya < 

A senhorinha não falava nosso idioma, mas Alberto entendia o que ela falava. Nós a ajudamos. Suas malas foram perdidas pela companhia aérea e ela não estava entendendo o que estavam dizendo. Do mesmo jeito que a atendente não a entendia. Foram longos minutos até um superior chegar para falar com a senhora. A coitada da atendente estava tremendo pelo nervosismo. A senhorinha não a culpou. Alberto ficou irritado com o superior quando ele disse que não poderia pagar pela hospedagem da senhora. Acho que o homem ficou com medo do Alberto, porque o problema foi resolvido rápido.

Alberto: perdemos o voo. Bruno vai me matar! - estávamos perto de uma das paredes de vidro, vendo o avião em que devíamos estar, decolar e se afastar do aeroporto.

Maya: nós ajudamos a senhorinha, Beto! Eu falo com Bruno. Ele não vai ficar chateado - continuei olhando para o avião. Ele simplesmente explodiu no ar.

Alberto: que porra é essa?! - disse me puxando para longe do vidro. As pessoas começaram a se aglomerar perto do vidro, para ver o que estava acontecendo - que merda foi essa? - nossa respiração estava acelerada. Beto me tirou do meio de todas aquelas pessoas e me levou para o carro.

Maya: aquele avião... Era para estarmos nele, Beto!

Alberto: é, eu sei - Beto começou a procurar alguma coisa dentro do carro.

Maya: o que está fazendo?

Alberto: procurando meu celular de emergência. Temos vários em locais estratégicos. Mas são só para emergências. Acho que isso é uma. Achei - era um celular simples. Daqueles mais antigos, ainda com teclado - o do Bruno está dando ocupado. Vou tentar a Rosa - ele esperou - ela também não me atende - ele passou as mãos em meus braços - você está gelada, pequena - ele me abraçou e eu chorei.

Maya: nós podíamos estar mortos agora - ele acariciou meu cabelo.

Alberto: eu sei - ele beijou o topo da minha cabeça - vamos para casa. Tentamos falar com Bruno no caminho - ele deu a volta no carro e abriu a porta para mim.

Maya: Beto, e se isso não foi um acidente? E se foi aquela... Louca? Se aquelas pessoas morreram por que deviam estar num voo comigo?

Alberto: se acalma, tá bom? É assustador! Mas é uma hipótese.

Maya: eu estou grávida, Alberto. Essa pessoa queria me matar e levar meu filho junto!

Alberto: grávida?! - ele praticamente gritou - é por isso toda aquela proteção de Bruno! Agora faz sentido - ele me abraçou - parabéns, lindinha. Fico muito, muito feliz mesmo por vocês - ele pegou o celular de novo - vou ligar para um dos caras. Pedir para avisarem a Bruno que estamos bem.

Maya: não. Desliga isso.

Alberto: por que? Como assim?

Maya: acabei de me dar conta de que deveríamos estar mortos, Beto. Essa louca acha que morremos. Vamos deixar que ela continue pensando assim. Nós não sabemos se ela corrompeu outro dos nossos como fez com Barros. Não podemos sair avisando. Só dirige logo esse carro e vamos para casa - ele enxugou meu rosto.

Alberto: garota esperta - ele fechou a porta do meu lado e entrou no lado do motorista - continua tentando falar com Bruno - disse me entregando o celular - se a notícia já se espalhou, ele deve estar desesperado - continuava dando ocupado. Depois ia direto para a caixa postal. Eu já estava começando a ficar preocupada.

A Virgem do BordelOnde histórias criam vida. Descubra agora