Capítulo 13

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Maya: eu vou devolver a pergunta, qual é a sua, Rebeca? Você está casada com Martin. Por que está me interrogando sobre meu relacionamento com Bruno?

Rebeca: porque... Ele está diferente. Parece que voltou a ser a criança que era quando nos conhecemos. E não o homem adulto que terminou comigo. Ele disse que não queria se casar e por isso estava terminando comigo. Aí você aparece, assim do nada e agora ele está casado! E ainda parece satisfeito com isso. Tem que concordar comigo que é muito estranho! Você sabe sobre o que ele faz. Mas sabe sobre o que ele gosta?

Maya: se está falando sobre o quarto no porão sim, eu sei. Você e a Karen são amigas por acaso?

Rebeca: então você conheceu ela.

Maya: sim. Ela não aceitou muito bem o fora que Bruno deu nela.

Rebeca: você não precisa fazer as coisas só para agradar Bruno. Ele não pode te forçar a nada.

Maya: primeira coisa, ninguém me força a nada. Segundo, nós duas sabemos bem que Bruno não é esse tipo de homem. Quando a Karen tentou fazer intriga e eu descobri sobre o porão, Bruno não queria que eu fosse lá. Ele não queria nem falar sobre o assunto. Eu fui teimosa e consegui a chave com a Rosa, fui até o porão por conta própria. E por último, nunca na minha vida eu pensei que sexo pudesse ser tão bom. Você conhece o Bruno, mas como ele é lá em baixo no porão, com as portas fechadas, me faz salivar só de pensar. Se você nunca usou aquele quarto, se não tem os mesmos fetiches, eu sinto muito. Você perdeu algo maravilhoso. Por que veio me pressionar aqui, Rebeca?

Rebeca: porque Bruno nunca me olhou do jeito que olha para você. Ele nunca foi tão carinhoso assim em público quanto foi com você. Nunca dispensou Karen por minha causa. Ele nunca me amou. Eu estive ao lado dele em vários momentos, mas não era suficiente e eu sabia disso. Mas mesmo assim eu tinha uma pontinha de esperança de que um dia, Bruno iria acordar e perceber que eu era o amor da vida dele.

Maya: Rebeca. Amor não é algo que se escolhe. Você acha que um dia eu me imaginei casada? Na realidade em que eu vivia? Não dá para saber quando você vai se apaixonar por alguém. Bruno é o cara mais idiota que eu já conheci. Ele é rabugento, mandão, teimoso. As vezes ele é um babaca. Ele não perde essa mania de erguer as muralhas dele de volta toda vez que tem alguém tipo de sentimento bom por alguém. O pai dele o ensinou que sentimentos não eram algo que ele deveria ter. Você sabe disso melhor do que eu - ela concordou - talvez Bruno visse em você uma das obrigações que o pai colocou sobre ele. Por isso ele terminou assim que se viu livre das algemas que o pai havia colocado nele. E vamos ser sinceras, vocês não seriam felizes. Você está casada agora, Rebeca. Não está feliz?

Rebeca: é claro que estou. Martin é um cara incrível. Ele é tudo que eu sonhei que Bruno fosse.

Maya: do que mais você precisa para superar o fim com o Bruno?

Rebeca: eu sinceramente achei que já estava superado. Mas ver o Bruno que eu sonhei anos atrás, nos olhos desse Bruno de hoje, mexeu comigo. Me desculpa. Eu não devia ter vindo questionar você. É que... Me desculpa.

Maya: está tudo bem - saí do banheiro e ela veio logo atrás. Quando chegamos na mesa, Martin e Bruno se levantaram.

Martin: vocês demoraram, já até pagamos a conta.

Bruno: tudo bem? - disse colocando a mão na minha cintura. Sorri e concordei. Saímos os quatro do restaurante.

Rebeca: Bruno, podemos conversar? - ele bufou, mas concordou.

A Virgem do BordelOnde histórias criam vida. Descubra agora