ꕥ Prólogo ꕥ

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O som do tapa desferido podia ser ouvido pela biblioteca.

Tão forte foi que a senhora Jeon, que estava sentada numa poltrona ao lado da porta, apertou o lenço de renda que tinha entre seus dedos cobertos pelas luvas de rendas que usava.

Tentava ser forte e não deixar que lágrimas descessem por sua face, mas ainda assim, a dor que sentia fazia o coração de mãe se apertar dentro do peito.

És um imundo! Indigno de ficar sobre o mesmo teto que a tua família!

A voz de senhor Jeon podia ser ouvida por todos da casa. Quem o conhecia podia quase o visualizar com o rosto vermelho e em sua testa, uma veia que parecia prestes a estourar a qualquer momento.

Levou o nome da tua família a lama! Diga-me, estás feliz com isso agora?! Estás feliz ao desgraçar a nossa família perante toda a sociedade?!

O jovem de cabelos negros compridos na altura de seu rosto e ondulados nas pontas, ainda mantinha o rosto virado para o lado. A mandíbula estava travada, as mãos cruzadas nas costas, porém, não tinha coragem para encarar aquela que um dia chamou de pai.

Erás para ser o jantar de teu noivado esta noite, era para estarmos comemorando a união dos Jeon e dos Lee, mas tu sendo o vadio que és preferiu estar aos beijos numa área de serviçais!  — o homem de seus quarenta e cinco anos, falava exaltado enquanto andava de um lado para o outro. — Se ao menos fosse uma mulher... Mas um homem Jungkook!! Pelos céus, o que eu fiz para merecer um castigo tão grande meu Deus?!

O homem gritou antes de pegar um lenço do bolso de seu terno e passar pela testa secando as gotículas de suor.

— Noivado este que o senhor sabia que não era de meu agrado meu pai. Não podes me culp...

Cale essa sua boca imunda agora, ou juro por Deus que lhe jogo para fora desta casa apenas com a roupa que estás vestindo!! Como poderei encarar as pessoas na rua amanhã?!

Pois não devias se envergonhar meu pai, não foste tu quem estava se atracando com outro cavalheiro na área dos serviçias e sim eu! — Jungkook gritou, apenas para receber outro tapa que o fez cair ao chão.

Sairás de minha casa... Não quero ver-te aqui quando acordar amanhã, não quero saber para onde vais e como vais sobreviver... a partir de hoje, meu filho está morto! Eu jamais iria gerar uma aberração como tú! Agora saia das minhas vistas!

Pois como desejares senhor Jeon, todavia, não te preocupes pois não precisaras esperar até amanhã, nem que eu precise dormir ao relento quem não deseja mais ficar nesta casa sou eu!

Dito isto o rapaz se virou e segurando as lágrimas, abriu a porta sem ver que sua mãe estava do lado de fora, saiu batendo a mesma atrás de suas costas.

A senhora Jeon, que já não aguentava toda aquela situação e preocupada com seu filho, subiu as escadas.

E ainda que desejasse ajudar seu único filho, não havia nada que pudesse fazer.

Se tentasse intervir, certamente acabaria por ser agredida pelo esposo.

Contudo, havia sim, uma pessoa que certamente não negaria abrigo ao único sobrinho. Sendo esta a pessoa que seu marido não suportava, ainda que quando esta vinha em sua casa, não a tratava mal.

Ao menos isso.

Assim foi para seu quarto onde sua criada já a esperava para ajudá-la a se despir de todas aquelas camadas de roupa.

— Katherine, por favor, peça que mandem entregar uma mensagem a minha irmã. — disse ao que ia até sua escrivaninha e pegando uma folha e uma pena, molhou a ponta da mesma na tinta e passou a escrever um bilhete. —  Peça que levem essa mensagem para ela agora mesmo, digam para ela que é de extrema urgência! — dobrou o papel e entregou para a criada.

𝕆 𝕤𝕖𝕘𝕣𝕖𝕕𝕠 𝕕𝕖 𝕃𝕠𝕣𝕕𝕖 𝕁𝕖𝕠𝕟 (𝕁𝕚𝕜𝕠𝕠𝕜)Onde histórias criam vida. Descubra agora