1- Eu, Tereza

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Vamos começar a história de Teresa e Benício

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Vamos começar a história de Teresa e Benício. Peço encarecidamente, votem e comentem, isso é tão importante para os autores. Saber como estão lidando com a história.

Esse livro tem conteúdo para maiores de idade. 😉
BOA LEITURA!

Parece que nos dias em que você está se sentindo mais cansada, o despertador te acorda mais cedo, gritando "acorda pobre" bem alto em seu ouvido.

Só queria poder dormir até meio dia, de um dia útil, mas já fazem tantos anos que não sei o que é isso. Ando tão exausta.

Me levanto, bocejo, retiro o pijama, atravesso a pequena sala nua, entro no banheiro, somos só mulheres em casa.

- Não faz birra comigo, chuveiro. Esquenta só um pouquinho, por favor. - Mas ele não colabora e eu entro no susto, me lavando rapidamente.

Merda, banho gelado é bom para a pele. Quem disse isso, nunca teve que acordar as cinco da manhã e enfrentar chuveiro com resistência queimada. Penso, enquanto me enxugo.

Faço um leito com achocolatado, passo margarina no pão dormido, e como em pé mesmo. Tem quatro bananas, queria comer uma, mas só volto depois de amanhã, resolvo deixar as frutas para elas.

Prego um recadinho de bom dia, na geladeira e coloco cinco reais na bandeja, para elas comprarem o lanche de hoje a tarde e pão para amanhã.

Não é muito, mas é o que posso deixar. Minha mãe provavelmente comprará um flocão ou ovos. Elas tem macarrão pra almoço.

- Bom dia, Tete! Já vai pro ganho? - Minha vizinha de lado me cumprimenta.

- Bom dia, Marcia. Tem que ir né? Fui nascer gostosa em vez de rica, agora é acordar de madrugada. - Falo e sorrio abrindo os braços. - Você já está de pé, também?

- Dirceu foi agora mesmo pro serviço, estava esperando ele sair. - Ela fala bocejando.

- E o Davizinho? Como está?

- Custoso demais. Pensa. Fui chamada na escola, ontem, por causa de confusão dele.

- Ele tem muita energia, aqui tinha que ter uma pracinha pelo menos. Para a criançada brincar.

- Sim, mas quem se preocupa com lazer de pobre nesse país? Mas e sua mãe? Tá bem? Ela estava reclamando de fraqueza.

- Está daquele jeito. Um dia bem, depois piora. Ela precisa dos remédios certos para melhorar, mas não tem na farmácia popular, eles são pagos, e muito caros. Daí já viu, né? - Ela só balança a cabeça confirmando.

Deixa eu ir, se não, perco o ônibus. Você passa o olho nelas aí pra mim? - Só volto no domingo.

- Nem precisa pedir. Claro que passo. Vai em paz. Vai pro bar, mais tarde?

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