24 - Rupturas

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Tereza

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Tereza

Quando o Benício entrou no apartamento naquela manhã, eu sabia o que tinha acontecido. Ele viu as fotos. Fiquei apavorada com a forma que ele me olhou, parecia sentir tanto ódio.

Eu tinha certeza que seria um deus nos acuda, quando ele descobrisse, mas não imaginei que as coisas fossem desandar tanto. E eu acabasse numa mesa de cirurgia.

Errei ao não contar? Sem dúvida alguma. Mas eu tive medo, receio de como ele iria reagir.

Foi por um motivo justo e faria tudo de novo. Sei que ele é machista e preconceituoso com relação a roupas, comportamento, mas não é meu dono.

Benício estava, como muitas conversas e imposição da minha parte, se desconstruindo para essa visão deturpada que ele ostentava.

Aos poucos, ele foi aprendendo que roupas não são critérios para avaliar caráter. Eu gostar de mostrar as pernas, não significava que merecia ser tratada com menos respeito.

Mas as fotos tiveram um impacto grande. Ele é ciumento. Eu também sou. Mas não imaginava que ele, explodiria em uma avalanche de ofensas.

Sabendo quem ele é, eu jamais dobraria as suas exigências. As coisas pareciam estar caminhando bem. Então eu decidi que não contar nada seria o melhor. Estava redondamente enganada.

Foi um trabalho honesto e que me rendeu alguns meses de alívio do sufoco financeiro em que me encontrava.

Na noite do Samba, eu pensei em contar, mas acabei me acovardando. Eu tinha certeza que seria uma briga, até eu amansa-lo. Mas eu não contava com palavras tão duras e cruas vindo dele.

"Você é toda errada". Isso ecoou em mim. Ele me comparou com a Pamela. De novo a noiva perfeita veio a tona.

Quanto a me machucar, eu nunca o culpei. Eu cai, não percebi que tinha me machucado até chegar ao quarto.

Estava trocando de roupa, quando senti uma dor fina na lateral da costela. Eu fui ao espelho e vi um pequeno caco. Achei que fosse superficial, quando puxei, notei que era um grande pedaço, enterrado em minha pele.

Na hora começou a sangrar muito, usei a camiseta para apertar o local, aparentemente tinha diminuído. Eu só precisava sair daquele lugar. Coloquei um short e uma regata escura, para não mostrar um possível sangue que ainda saísse da ferida.

Estou vindo do quarto, com a bolsa no ombro e sentindo uma dor forte, no local. A Rita percebeu meu estado. Eu chorava muito. Ela tentou ma parar, mas foi em vão.

Cheguei ao saguão, e de longe vi o Josias. Não queria conversar, ele me viu, mas graças a Deus, não veio em minha direção. Eu precisava me afastar de todos, me isolar do mundo. Meu coração doía.

Estava andando e sinti algo quente escorrendo em minha perna. Era sangue. Estava saindo em grande quantidade do ferimento. Comecei a me preocurar.

Andei mais alguns passos e meus olhos turvaram. Senti uma sede descontrolada, me agarrei a alça da bolsa na esperançade me manter em pé. Eu estava desabando e então, as mãos do Josias me alcançaram antes que caísse.

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