15 - Senhor De Ferreira

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Benício

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Benício

A porta, que estava entreaberta, esperando o Lucas e a tal representante dos catadores chegarem, é empurrada, e ela está lá, me olhando com o rosto imparcial. Lucas do lado sorrindo vitorioso. O que ela faz ao lado dele?

— Que porra está acontecendo aqui? O que você está fazendo ao lado dele? — Ela apenas me olha, sem expressão nenhuma. — Estou falando com você, Tereza! — Vou me aproximando, ela recua um passo.

— Boa tarde Senhor Ferreira. Felipe, tudo bem? — Meu irmão que assistia a cena sentado, assim ficou. Apenas acena e continua nos olhando.

— Eu sou a representante da cooperativa de catadores e vim trazer esse documento. — Ela estica a mão, me entregando umas pastas. — Aí estão as reivindicações deles. — Diz sem me olhar nos olhos.

Sinto um fio de suor escorrendo por minhas costas, mesmo com o ar condicionado, a presença dela me ignorando completamente, faz meu sangue ferve e minha adrenalina subir.

Pego as pastas de suas mãos e coloco na mesa, sem desviar os olhos dos dela. — Tereza, precisamos conversar. Podem sair, os dois, por favor?

— Lucas, eu não gostaria de ficar a sós com o senhor Ferreira. Tudo que temos que conversar é sobre os galpões, então, você pode fazer isso sem mim? Eu preciso ir.

—Felipe e Lucas, saem, agora, por favor, e você... — Aponto para ela. — Fica bem aí. Não finja que não me conhece. Não queira jogar esse jogo comigo. — Tereza me encara sem alterar as feições.

Ela está usando um vestido azul, curto, coturno surrado e uma bolsa em péssimo estado, mas está linda, muito linda, os olhos que tem sido meu tormento nos últimos dias, estão límpidos e seu rosto, antes, de fácil leitura, parece uma página em branco.

— Lucas, vamos, deixa eles conversarem.

Meu irmão fala e vai saindo. Meu primo vem até ela e beija seu rosto. E ela sorri docemente para ele. Que porra é essa? Penso.

— Vou estar aqui fora. Qualquer coisa, me chame. — Ele sai olhando para mim e tenho vontade de quebrar sua cara num soco. Ele beijou o rosto dela. Aquele monte de merda tocou na Tereza só para me afrontar, eu vou acabar com ele.

— Tereza, eu preciso conversar com você. O que está acontecendo?Você aparece aqui ao lado daquele inbecil.

— Senhor Ferr-

— Para com essa porra de Senhor Ferreira. — Estou parado em sua frente e olhando em seus olhos. Ela parece inabalável.

— Eu sempre tentei ir atrás de você. Fui ao seu apartamento, no Seen e nada. Vou me aproximando — Aquele dia do samba ... — Ela recua mais um passo.

—Mas isso... — Aponto para a porta, de onde o Lucas saiu? — Meu primo está te usando pra me atingir.

— Usar os outros, deve ser um costume familiar. — Ela sorri irônica. — Eu trabalho numa cooperativa, ele apareceu lá, sob seu comando.

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