21 Maresia

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Estou em frente ao espelho, na casa do meu noivo

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Estou em frente ao espelho, na casa do meu noivo. Eu nem acredito nisso ainda. Estou colocando um biquíni.

Vocês tem noção que estava arrasada há uma semana atrás, me sentindo um lixo e agora sou noiva?

Escolho um dos biquínis que ganhei da equipe que fiz a campanha. O que me leva a lembrar dele desesperado hoje, por eu andar nua no quintal.

Como ele ficará quando vir as fotos no outdoor? Serão propagandas espalhadas por toda São Paulo.

Não sei se devo contar agora ou deixo ser uma surpresa. Acho que prefiro deixar quieto, eu não estava com ele, quando decidi fazer as fotos, logo, não tenho que avisar nada, e vai que ele nem fique sabendo? São Paulo é gigantesca. Impossível ele de deparar com uma foto dessas.

Ele sai do banheiro e me olha curioso. —  Uma fortuna pelo seus pensamentos. — Vem e me abraça por trás. — Esse é todo o biquíni? Jura que não esqueceu de nenhum pedaço de pano?

— Nem vem. Eu sei que você não gosta das minhas roupas, mas eu não vou mudar por sua causa. — Ele respira fundo e beija meu ombro.

—Deixaremos essa discussão para um outro momento. Porque com certeza, teremos que conversar sobre isso. Alias, me responda só uma curiosidade. Onde você compra suas roupas?

— Na paróquia. — Ele me olha surpreso.

— Na paróquia? Você tem certeza que esses shorts que você usa, são vendidos numa igreja?

— Eles fazem brechós, juntam dinheiro para a caridade. — Falo sorrindo.

— Entendo. Você não precisa mais disso. Eu quero poder te dar tudo do melhor. Me deixa cuidar de você?

— Não estou com você para ganhar coisas. Eu sempre me sustentei. Aos trancos e barrancos, mas sempre ganhei o meu honestamente.

— Não se trata de ganhar coisas, mas não faz sentido, você ser minha mulher, comprar coisas em brechós da igreja. E você não precisa parar de trabalhar.

— Deixa essa discussão para outro momento. — Digo as mesmas palavras que eu ele disse momentos atrás. — Vamos? Quero muito tomar banho de mar. — Ele sorri e me puxa pela mão.

— Vamos velejar e depois almoçamos em algum lugar. — Só quando chegamos ao barco que eu tenho a real dimensão do seu tamanho. — É imenso.

— Sim, vem, deixa eu te mostrar, é como uma casa. Pedi que abastecessem para nós. — Ele me ajuda a entrar. É tudo tão lindo. Nem em sonho eu imaginei entrar em algo assim.

— Você gostou?

— Seria muito brega se eu mandasse fotos daqui para minha mãe e irmã?

— Não, gosto do seu entusiasmo, poucas coisas me deixam assim, a gente vai perdendo a graça em tudo, por ser fácil de mais de se obter.

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