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Tereza mata um leão por dia para dar conta de todas as suas responsabilidades, mas engana-se, quem acha que ela vive chorando pelos cantos.
Aos 23 anos, sua irreverência, alegria constante e um gosto para moda um tanto con...
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Benício
Nunca, em meus 35 anos eu senti por quem quer que seja, o que eu sinto por essa mulher. Ela entrou em minha pele e se instalou como uma tatuagem.
Tinha uma vida completamente planejada, e uma mulher de nariz arrebitado e roupas de gosto duvidoso simplesmente levou tudo embora.
Não poderei ser apenas espalhafatosa. Não, a mulher que eu resolvi amar tem que ter o pacote completo do que eu mais detesto, e eu não estou disposto a abrir mão dela, mesmo que tenha que engolir decotes, pagode e tudo mais que ela trás na bagagem.
Desde que acordei na casa da minha mãe e ela não estava na cama, comigo, fiquei arrasado.
Todos os dias dessa semana foram um inferno, e por mais que eu tente negar, só ela acalma o mar revolto dentro de mim.
Tereza está em cada parte do meu corpo, e por mais que eu negue, não consigo viver sem meu vício de cabelos amarelo. Eu preciso daquele mulher.
Ela confessou sob efeito de álcool os tormentos pelos quais tem passado. Ela era só uma garota quando começou a trabalhar para sustentar a família.
Ouvi-la dizendo que dormiu em filas de hospitais, não tinha dinheiro para os remédios, e por ironia, os quais eu fabrico. Minha menina não merece passar por isso, tomo uma decisão.
— Felipe, tudo bem? Tem um horário na agenda para mim?
— Está sentido alguma coisa?
— Estou sim.
— O que houve?
— Tereza.
— Esse problema não é cardiologista quem resolve, mas posso sim. Já, já, chego aí.
Enquanto ele não chega, peço a secretária que me envie a documentação sobre a parceria com o governo do estado de São Paulo, o convênio de remédios para as farmácias populares.
Desde que a Tereza me falou que não tem mais acesso a medicação, me acendeu uma luz de atenção sobre esse assunto.
Temos uma quantidade mensal de medicamentos ofertados a baixo custo para o governo estadual repassar aos postos e farmácia populares, se não estão chegando, devemos descobrir o que está acontecendo.
Mais tarde meu querido irmão aparece e já com aquela cara. – Nosso gigante foi abatido?
— Pode parar a palhaçada. Mas eu entrego os pontos. Eu estou enlouquecendo. Não concentro nas coisas. Já demiti umas cinco pessoas importantes para a empresa nessa semana. Minha paciência já se foi.
— Paciência!? Você nunca teve isso, mas me conta. O que você quer fazer?
— Eu a quero, não posso mais negar. Só em imaginar a Tereza com outro homem, fico louco. — Falo andando pela sala.
