8 - Caramujos?

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Tereza

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Tereza

Dou um breve sorriso e me encara como se eu fosse uma peça na exposição e ele um possível comprador.

— Oi. Digo baixinho. Eu não sou tímida. Mas ele me deixa nervosa.

— Oi. Resolveu aparecer. Saiu sem dar tchau, ontem.

— Não resolvi aparecer. Você me obrigou a vir. Só quero meu celular.

— Vamos entrar. Eu pedi um almoço pra gente. Não vou te morder, a não ser que você queira.

Ele aponta para a entrada do apartamento. E eu passo por ele. Fico olhando. Só agora me dou conta da real imensidão e requinte do lugar.

— Como está sua mão?

— Está bem.—  falo olhando para ela. — Obrigada por perguntar.

— Vem se sentar. Aceita uma bebida?

— Água. — ele sai para buscar e eu fico olhando. Ele é maravilhoso. Cara de bravo. Não o vi sorrindo muito. Mas que delícia. Como não tinha reparado nesse rosto?

Mas também, ou eu estava dormindo ou com a boca no... Ele volta com a água me tirando dos meus pensamentos perversos.

Ele se senta em minha frente. — Sobre ontem. Você ficou magoada com a forma que eu falei, mas espero que tenha ficado claro que foi um equívoco.

— Porquê me chamou aqui novamente?  Era tão fácil se livrar de mim. Era só mandar alguém entregar o celular ou deixar na recepção.

— As coisas não ficaram bem resolvidas entre a gente, por isso queria te ver novamente. — Eu só balanço a cabeça confirmando.

— O Beto realmente me fez acreditar que você era prostituta. Me remexo no sofá, sem jeito. — Por isso eu acho que as coisas desandaram ontem e foi frustrante. Acho que para nós dois.

— Se foi frustrante pra você, imagina pra mim, que ouvi você oferecer dinheiro? — Ele baixa a cabeça. Passa a mão pela barba.

— Você transaria comigo? Se não tivesse magoada? — Me dá um olhar tão quente. Ele é muito direto.

— Não estou magoada. Minto descaradamente. — Acho que no seu universo, uma mulher da minha classe social e que se veste de forma “vulgar” uso aspas. Sempre serão putas. — Falo com pesar. Foi sempre assim.

Ele fica me olhando, mas não tenta contestar minha opinião. Ou seja, estou certa. Ele também acha isso, se não contestaria.

— Acho melhor eu ir. — Falo me levantando. — Por favor, meu celular. — Estico a mão em sua direção.

Ele se levanta e segura em minha mão. — Calma, eu pedi almoço pra gente. Não vá ainda. Almoça comigo?

Fico sem jeito, não sei como me comportar. — Tudo bem. Mas eu preciso do celular. Ele deve estar sem carga, e minha mãe não tem como entrar em contato comigo. 

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