Capítulo 35

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Matteo.

Xavi parecia ser introvertido ou apenas muito tímido, já que durante o percurso para os quartos quem mais falava era eu.

- Aqui é a entrada para os nossos dormitórios. - Afirmei enquanto adentravam pelo local. - Eu esqueci completamente de perguntar,mas você já sabe qual é o número do seu quarto?

- Ah. Sim. - Xavi enfiou a mão no bolso do seu suéter tirando de lá uma chave com um pequeno chaveiro azul,o que chutei ser a chave de seu dormitório. - Número 636. - Ele falou encarando o adereço em suas mãos.

- Ironia. - comentei. - É o mesmo quarto que meu primo está. Ele também é novo,entrou ontem na verdade. - Dei uma leve risada pela loucura do universo. - Ele é gente boa, vão se dar bem, apesar da aparência ele não é nenhum playboyzinho. - Pela primeira vez durante nosso percurso,ouvi Xavi soltar uma risada.

Não consigo imaginar o quanto deve ser ruim ser o novato em uma escola,ainda mais quando já se passou do início do ano letivo. Levei Xavi até o seu quarto,mas para seu azar,seu companheiro,mais conhecido como meu primo,não estava no dormitório.

- Se precisar, pode me esbarrar pelos corredores. E quando se sentir a vontade te apresento para o resto dos meus amigos, são todos bem receptivos. - Anunciei. - Eu já vou, irei deixar você descansar. - Conversei mais um pouco com Xavi antes de sair da ala dos dormitórios, ele tinha algumas dúvidas sobre o colégio e seu funcionamento e tudo o que eu sabia eu lhe expliquei.

Enquanto eu andava pelos corredores atrás de Eric,para lhe contar sobre seu novo colega de quarto, me encontrei com Simon que também parecia estar procurando algo ou alguém.

- Perdido? - Brinquei com o mesmo.

- Estava procurando o pessoal. E você?

- Eric. - Simon balançou a cabeça em forma de entendimento. - Conversou com a Ambar? - Perguntei enquanto andávamos atrás de nossos respectivos amigos.

- Sim e não. - Simon bufou. - Conversei normalmente até as amigas dela aparecerem, não acho que seja o momento apropriado para tocar no assunto do pai dela, talvez ela se sinta pressionada. Vou esperar que ela me conte algo,e posso esperar o tempo dela.

- Pode ser o melhor, pelo menos por agora que tudo é muito recente.

- Acho que achamos o nosso pessoal. - Simon apontou para o grupo de garotos um tanto quanto distante de nós.

Nos aproximamos e o assunto presente era sobre algumas táticas de jogadas para os próximos jogos. Cumprimentei todos na roda e aproximei do meu primo que parecia mais distante dali, talvez pelo fato dele ser o novato do grupo e estar começando a entender como é o colégio.

- Você não terá o lazer de ter um quarto solo. - Afirmei batendo levemente a mão em seu ombro lhe causando um pequeno sobressalto

- Como sabe?

- Acabei de acompanhar o seu colega de dormitório até ele.

- E o cara é legal?

- Ao que parece sim, só tímido, talvez por ser novo.

- Mais tarde vou para lá, não pode ser tão difícil fazer amizade afinal somos dois novatos não é? - Eric riu de sua própria fala e logo voltamos a atenção para a discussão iniciada sobre quem seria melhor em que posição.

Por Erick.

Matteo havia dito que agora eu teria um colega de quarto. Após me enturmar com os meninos e colegas de Matteo decidi ir para o quarto, tanto para me preparar para as aulas que começariam nos próximos dias e para aproveitar para conhecer quem é que seja o meu novo colega de quarto.

- E aí. - Falei adentrando o quarto. - Sou Eric, primo do Matteo e do Gaston, e seu colega de quarto. - Me apresentei.

- Oi. - O garoto respondeu. - Prazer, Xavi, Matteo comentou que você é novo também?

- Sim,cheguei não faz nem dois dias. - comentei. - Já conhece alguém?

- Matteo, um tal de Simon, Ambar e agora você. - O garoto riu dando de ombros.

- São todos gente boa pelo o que Matteo fala, eu conheci os meninos hoje. - Afirmei. - Logo logo você vai conhecer todos também

Conversei com Xavi por mais algum tempo. Falei que ele iria sair bem no colégio e que logo conseguiria se adaptar, comentei que o ajudaria já que eu preciso também.

Pov Simon.

Depois de conversar com os meninos sobre estáticas e jogadas para o time, resolvi andar um pouco me encontrando com Ambar sozinha em um canto do pátio.

- Tudo bem? - Perguntei me aproximando, a ouvi soltar um longo suspiro antes de me responder.

- Tá. - Não sei dizer em que momento criei coragem para falar a ela sobre seu pai. Apenas saiu.

- Eu sei sobre o seu pai. - A encarei e notei seu olhar vago. - Você quer falar sobre isso?

- Ele chegou hoje. - Falou com relutância, como se escolhesse bem as palavras. - Bom, ele não é o melhor exemplo de figura paterna que se pode ter, eu queria que ele sentisse orgulho de mim, mas parece que ao menos pensar em tentar, é uma tentativa falha. - Absorvi atentamente cada palavra que ela desabafava. Seu olhar era baixo e sua voz transmitia a tristeza que ela sentia.

- Saiba que você é perfeita para mim e para seus amigos. - Falei fazendo-a me encarar. - E meu Deus, achei que não me quisesse mais e não tinha coragem de me dizer, pensei que teria que chorar em posição fetal pelos próximos dias. - Falei fazendo com que ela se distraisse, o que creio que resultou em sucesso já que ela riu divertida.

- Não sei como eu te aguento Simon. - Me juntei a ela sorrindo, naquele momento eu percebi que todas as minhas paranoias eram infundadas, Ambar e eu estavamos bem, em uma fase boa e nada nem ninguém estragaria isso.


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