Capítulo 23

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    Estava sentada lendo o livro do qual Gaston tinha me presenteado no corredor da ala feminina, quando vi a sombra de alguem se aproximando.
- Interrompo?
- Claro que não Delfi, senta ai. - Acabamos nos tornando boas amigas afinal, apenas das companhias dela, Delfi não era uma pessoa ruim, ela só precisava ser guiada para o caminho certo,
- O que está lendo?
- O Pequeno Principe.
- Ja ouvi falar, é bom?
- Eu estou amando para ser sincera, mas me conta, como estão as coisas?
- Tudo bem, eu e o Pedro estamos melhores do que nunca.
- Que bom, mas não parece estar tudo tão perfeito assim.
- Ah, é a Ambar.
- Brigou com ela?
- Ela tem feito algumas bobagens, coisas das quais não aprovo.
- Ja tentou conversar com ela.
- Ja mas, ela não quer ouvir ninguem, acho que a Flor ta trazendo muita coisa negativa pra vida dela.
- Bom, nisso eu tenho que concordar, mas se precisar de algo, pode contar comigo.
- Obrigada, bom, vou pro meu quarto trocar de roupa, tenho um encontro com o Pedro.
- Vai la, boa sorte. - A vi sair e decidi ir para algum outro lugar mais tranquilo, o banco que eu e Gaston costumavamos ficar parecia bom.
    Quando estava chegando a porta dos fundos do colegio, notei um grupo de garotos no canto, rindo de alguma piada que aparentemente só eles entendiam, me fazendo revirar os olhos, continuei meu caminho e pude notar que estavam Matteo, Ramiro, Gaston, Benício e Jorge, mas antes que eu pudesse passar pela porta, algo me fez parar.
- Mas e você Gaston? - Era a voz de Ramiro, eu realmente queria apenas me mexer e sair dali, não era certo ouvir a conversa dos outros, mas alguma coisa em mim me dizia pra ficar ali.
- O que tem?
- Anda bem proximo da Nina que eu vi, cheio de segredos.
- Ta rolando um clima com a nerd novata Gastonzinho? - Foi a vez de Jorge falar, Gaston estava de costas pra mim, não notando a minha presença o que em parte era bom, eu queria ouvir o que ele tinha a dizer, talvez ele apenas desviasse o assunto, ou talvez assumisse que estava comigo para seus amigos proximos.
- Tão de brincadeira? Eu e a Nina? - Vi Matteo revirar os olhos em sinal de repreensão ao irmão. - Eu nunca namoraria alguem como ela. - Neste exato momento senti o olhar de Matteo em mim e logo em seguida em Gaston, na tentativa falha de o fazer parar de falar. - Ela é tão cheia de mimimi, de dramas sabe? Eu nunca ficaria com alguem assim, nem sei porque doei meu sangue pra ela, bela perda de tempo.
- Você é um completo idiota irmão. - Vi Matteo sair da roda em minha direção e os olhos de Gaston cairem sobre mim, eu não conseguia segurar as lagrimas que insistiam em cair, e forcei minha pernas para o mais longe possivel daquele momento.

Gaston

Ouvi os garotos começarem a chamar por Matteo falando para deixar a novata em paz, eu realmente não queria ter dito tudo aquilo, apenas queria encerrar o assunto e que me deixassem em paz, não podia contar a eles sobre meu relacionamento com Nina, era arriscado demais, eu podia perder minha popularidade, meu poder no colegio, eu não era o rei daquele lugar por nada, mas ver a Nina chorar daquela maneira me partiu o coração de formas que eu não sabia explicar, eu gostaria muito de ir atrás dela, mas não podia, não podia por tudo em risco, mas no fundo eu sabia que ela entenderia.

Matteo

- Qual parte de “Não quero te ouvir” que você não entendeu? - Nina estava visivelmente com raiva, e na verdade eu tambem,
- Olha, eu sei que o Gaston foi um completo babaca mas, a popularidade dele sempre foi algo muito importante pra ele, perder isso é como se ele se perdesse.
- Deu pra notar.
- Ele gosta mesmo de você Nina.
- Se essa é a forma dele de demonstrar, prefiro que ele continue pelo colegio falando todas as coisas que eu ouvi, e de preferencia bem longe de mim.. - Ela chorava tanto que sua magoa era nitida.
- Quer que eu a deixe sozinha?
- Por favor!
- Qualquer coisa me liga que eu venho correndo tudo bem? - A vi balançar a cabeça e sai, eu não queria a deixar sozinha, queria poder abraça-la e consertar a besteira que meu irmão havia feito, queria que eles nunca tivessem estado juntos, assim Gaston não a machucaria. Cheguei no dormitorio e vi Gaston relaxado ao lado da janela, aquilo fez o meu sangue ferver;
- Como a Nina está?
- Pulando de alegria.
- Como ela está?
- Como você acha?
- Esperava que você me contasse.
- Ela ta pessima Gaston, ta muito mal e a culpa é sua.
- Olha como você fala.
- Ou o que? Você foi um completo babaca, quer que eu diga mais o que?
- Eu não sabia que ela estava lá.
- Eu fiz sinal pra você.
- E eu tenho que entender você, caso não tenho notado você é pessimo em mimica irmão. - Provavelmente nossos gritos podiam ser ouvidos do corredor, mas eu não estava dando a minima.
- Era só você ter calado a boca, estavamos no meio do patio.
- Repetindo, eu não sabia que ela estava la.
- E não passou pela sua cabeça que ela podia passar la.
- Eu não tenho culpa, ela deveria me entender como eu entendo os traumas dela.
- Não coloca a culpa nela pelo que ela passou.
- Desde quando você virou o defensor dela? Achei que sua namorada fosse a Luna;
- Eu vou defender ela sempre, de pessoas babacas e principalmente de você. - É claro que era inevitavel Gaston me dar aquele soco, ele não sabia muito bem lidar com as emoções, ele nunca precisou aprender. Revidei o soco com tamanha força, estava preparado pra levar outro quando Ramiro entrou no quarto separando a briga.
- Vocês dois estão malucos? O que ta acontecendo aqui?
- Pergunta pro seu amigo! - Sai do quarto batendo a porta atrás de mim, eu realmente não precisava olhar ainda mais para cara de Gaston agora.

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