Capítulo 16

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- Nina minha filha, eu vim pra cá o mais rapido que pude quando soube o que aconteceu. - Ela veio ate mim na intenção de me abraçar, eu apenas me afastei.
- Como você soube? Foram a Monica e o Miguel, eles ainda tem contato com você?
- Não, eu não falo com seus tios a anos, eu vi a noticia na tv.
- Na tv? É serio?
- Eu vim o mais rapido que pude minha filha, você está bem? - E novamente ela quis me tocar, mas a raiva tomou conta de mim.
- Sai daqui, não me toca, não sei pra que você está aqui.
- Porque você é minha filha e…
- Eu não sou sua filha. - A interrompi. - Eu deixei de ser quando você me abandonou naquele inferno, você tem noção de que você acabou com a minha vida?
- Eu to aqui pra reparar isso.
- Não tem reparo, você não entende, não existe reparo,
- Nina meu bem, podemos conversar a sós? - A vi olhar para Gaston.
- Ele fica, você quem sai.
- Meu amor, tenta me entender, a mim e a seu pai, não tinhamos condições de te criar.
- E só me jogaram em qualquer lugar? Podiam ter me deixado crescer com a Luna.
- Eu sei disso, sei disso agora, por isso quero corrigir os meus erros, quando eu soube do que aconteceu, eu não pude deixar de sentir um peso enorme e pensar que eu podia ter evitado tudo isso.
- Você tava na cidade?
- Sim!
- E porque não me procurou, porque só agora?
- Porque eu não sabia de nada do que tinha te acontecido, só quando vi a noticia sabia que você estava na Argentina. eu vim a negocios, só agora eu soube que o Miguel te tirou do antigo colegio, eu não tinha ideia minha filha.
- Eu não confio em você.
- Eu sei disso, mas seu pai e eu queremos que saia desse hospital e volte a morar conosco, na Espanha, nós te tiramos do Blake, você terá uma vida incrivel, eu te garanto.
- Pra vocês sumirem de novo em alguns anos?
- Não, isso jamais aconteceria outra vez, eu ja sofri por anos por estar longe de você, vamos meu bem, venha pra casa comigo. - Me calei e apenas olhei para meus pés, eu mal havia notado que estava de pé. Senti Gaston me tocar e virei para encara-lo.
- Você não está realmente considerando isso, né?
- São meus pais!
- Sim, eu sei, e são as mesmas pessoas que te abandonaram. - O vi virar para minha mãe e disparar. - Deixa eu te contar um segredo, nada disso teria acontecido se não fossem por vocês, ela não teria traumas se não fossem por vocês, ela não teria corrido do colegio, se não fosse por vocês.
- Afinal, quem é você? O anjo protetor?
- Sou amigo da Nina, e vou protege-la de gente que só quer fazer mal, assim como você.
- Mal? Eu sou a mãe dela garoto!
- Sim, mas isso é só um titulo, não quer dizer nada. - Ele saiu batendo a porta do quarto, eu ja havia visto Gaston nervoso, mas nunca naquele estado, ele parecia que ia explodir de tanta raiva

Gaston

Eu não conseguia entender como a Nina estava considerando a ideia, eu teria ficado bem mais naquele quarto e a convencido de tirar aquela ideia maluca da cabeça, mas eu não tinha mais forças, eu iria acabar falando coisas demais. Entrei no meu quarto e bati a porta, fiquei andando de um lado para o outro, minha raiva era tanta que nem sequer notei que Matteo e Luna estavam la, sentados na cama.
- Que raiva toda é essa irmão?
- A sua tia Luna, ela ta aqui.
- Minha tia… - Era tão obvia a ideia de que ela jamais apareceria, que Luna nem sequer a considerou quando falei a palavra tia.
- A mãe da Nina.
- O que ela ta fazendo aqui? - Matteo levantou e se aproximou, colocando a mão no meu ombro na tentativa de que eu parasse de andar de um lado para o outro.
- Ela quer levar a Nina com ela pra Espanha quando ela tiver alta, e o pior, a Nina ta realmente considerando a ideia de ir, é inacreditavel. - Soltei o ar que nem percebi segurar, parecia que parte de um peso tinha acabado de sair dos meus ombros.
- Minha tia colocaria ela naquele lugar de novo, eu tenho certeza.
- Como que a Nina pode considerar isso. - Matteo falou por fim, agora era ele quem andava de um lado para o outro.
Ouvimos batidas na porta que logo se abriu, era a enfermeira, eu sabia que estava totalmente encrencado.
- Senhor Gaston Balsano, o que está fazendo de pé? Precisa descansar.
- Eu sei, eu sei, estava só batendo um papo com meu irmão. - Alternei o olhar entre Matteo e Luna na esperança de que eles me ajudassem a sair dessa.
- É, ele ja estava indo descansar, ele estava agora mesmo falando pra nós sairmos que ele queria dormir.
- Pois bem Senhor Gaston, deite-se, preciso aferir sua pressão para ver como está.
- É claro. - Caminhei até a cama, e no momento em que Luna passou ao meu lado, sussurrei. - Tira essa ideia maluca da cabeça dela, por favor.
A enfermeira saiu, me deixando sozinho com Matteo, que como meu acompanhante, passaria a noite no quarto ja que nosso pai não estava.
- Não quer mesmo que a Nina vá?  - Matteo falou quando o silencio tomou conta do quarto.
- Não.
- Porque?
- Porque aqui ela está bem, ela tem amigos, e quero que ela fiquei com eles.
- Com eles, ou com você? - E por fim, Matteo se virou para dormir, jogando a pergunta no ar sem nenhuma piedade, pensei por algum tempo sem de fato conseguir formular uma resposta, até que peguei no sono.

Capitulo 17

Luna

- Não Nina, tira essa ideia da sua cabeça, não tem discussão.
- Mas Luna, eu não ganho absolutamente nada ficando aqui.
- E indo com ela você ganha o que?
- São meus pais
- E são seus amigos, que adoram você, que se preocupam com você, que cuidam de você.
- Que amigos?
- Que? Matteo, Yim, Yam, Nico, Pedro, Gaston, até a Delfi.
- Gaston…
- Ele ta bem preocupado com a ideia de você ir embora sabia?
- Luna, nós sempre seremos primas independente de onde eu morar, e o Matteo é seu namorado, eu sempre irei ve-lo.
- E o resto da galera?
- Eles me esquecem logo, conviveram comigo por pouquissimo tempo.
- Não é bem assim, todos me pararam na porta do colegio hoje querendo informações sobre o seu estado de saude.
- Eles superam.
- E o Gaston?
- Eu não tenho absolutamente nenhum motivo pra ficar Luna.
- Porque você ta mudando o rumo da conversa quando falo o nome dele?
- Porque eu não quero falar dele!
- Isso porque vocês se beijaram?
- Como que você… Matteo!
- É ele me contou, e você não.
- Você me deu tempo?
- Não muda de assunto de novo, como foi?
- Precisa mesmo de detalhes?
- Não, mas porque não quer falar dele?
- Porque foi uma coisa que não deveria ter acontecido e não vai se repetir.
- Porque não?
- Porque não!
- Nina, você gosta do Gaston? - Eu não sabia responder aquela pergunta e parecia que Luna tinha percebido pois deixou o assunto morrer ali mesmo. Algum tempo depois peguei no sono finalmente.

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