Capítulo 30

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- Não temos nada para conversar!
- Por favor, precisa me ouvir. - Ele entrou sem pedir, e minha unica opção foi fechar a porta, ele não sairia dali.
- Eu não quero ouvir mais nada que venha de você, sobre você, nada.
- Eu sei que ta com raiva mas eu tenho que te contar o que ta acontecendo, eu não quis te deixar assim, você sabe que…
- Sei o que? - O interrompi. - Sei que você brincou comigo de mil maneiras diferentes, sei que você quis me humilhar na frente da escola toda, eu fui uma diversão para você.
- Acha que menti sobre tudo que disse.
- Sei que a sua verdade é o que disse aos seus amigos.
- Aquilo era mentira, eu tava tentando te proteger, o tempo todo era a unica coisa que eu tentava fazer.
- Excelente forma de demonstrar, se essa é a sua definição de proteção, obrigada mas eu não quero.
- Tenta entender o meu lado por favor, eu nunca gostei de alguem assim, eu não sei o que to fazendo.
- Bastante burrada, se quer saber! - O vi sentar em minha cama e apoiar sua cabeça baixa por entre suas mãos, alguma coisa não estava certa ali.
- Eu sei, e estão me custando tudo.
- Não custou sua popularidade.
- Eu não estou nem ai pra popularidade, eu só quero a minha vida de volta, eu perdi você, perdi minha mãe, perdi o Matteo e é tudo culpa minha
- A morte de sua mãe não foi sua culpa.
- Talvez não, mas eu não disse que a amava, eu sai pra comprar algo pra comer e quando eu voltei ela tava morta, eu não disse que a amava, eu me irritei quando ela me aconselhou, eu não disse o quão grato por tudo eu estava. - Me ajoelhei em sua frente, tomando suas mãos para mim. - Ela sabe o quanto você a ama, tenho certeza que mesmo com tudo e de todas as formas ela está orgulhosa de você.
- Eu to perdido Nina, eu perdi tudo, não me reconheço mais, por favor, não me deixa cair.
- Você não vai cair, eu juro. - Ergui meu corpo e o abracei, eu podia culpar Gaston por muitas coisas, mas não por aquilo, não por sofrer.

Delfi

- Quando você chega papai? - Ouvi Ambar falar ao telefone logo que entrei no quarto e notei que ela disfarçou, não era pra menos, ela não confiava mais em mim.
- Seu pai vem pra Argentina? - Perguntei quando a vi desligar.
- Sim, ele vai dar aula em algum colegio por perto, não sei bem.
- Legal, pelo tanto de premios que ele tem, deve ser um excelente professor.
- O melhor, bem melhor que todos os professores desse colegio inutil.
- Mas pelo jeito não o melhor pai, senão você estaria no colegio que ele da aula agora. - Seu pai com certeza era seu ponto fraco.
- Cala a boca Delfina, você não sabe de nada. -  A vi levantar e sair batendo a porta, definitivamente ela tinha ficado com raiva e parte de mim tava adorando aquilo.

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