Gaston
A duvida sobre o que fazer estava acabando comigo em mil sentidos diferentes, por mais que Nina e eu estivessemos naquela situação eu tinha esperanças reais de que tudo aquilo se resolveria em breve, e poderiamos ser felizes, mas se eu chamasse a Flor pra sair, toda em qualquer esperança de resolver as coisas com Nina estaria acabada, mas se eu não fizesse nada e sua historia vazasse, ela poderia sair do colegio, o que de toda forma não resultaria em nós dois passeando pelo parque felizes. Mas de uma coisa eu tinha total certeza, eu não podia magoa-la mais, não podia permitir que ela sofresse ainda mais, eu sentia que precisava fazer de tudo pra que ela nunca mais chorasse, nada do que tinha acontecido no passado havia sido culpa dela, era apenas uma criança que não tinha ninguem para cuidar dela, mas agora ela tem a mim por mais que não queira.
O restante daquele dia se arrastou, eu não queria descer para o jantar, levando em conta que eu sabia o que me esperaria, magoar a garota que eu gostava para poder protege-la, faze-la chorar para que ela não chorasse, eu gostava de Nina, ela me amava, o sentimento não era tão igual e eu começava a perceber isso, mas ainda sim era injusto, será que um dia ela entenderia e perdoaria essa tremenda ironia? Era a unica coisa que se passava pela minha cabeça naquele momento. O refeitorio estava lotado, para a minha grande sorte, todo o colegio iria ver aquele show totalmente inutil, se eu tinha fama de mal carater antes, imagina só agora.
- Gaston, como você está? - Nico me parou no meio do caminho entre a porta e a lanchonete, de certa forma isso foi um alivio.
- Estou sobrevivendo, obrigado por perguntar.
- Imagina, eu sei como são todos os olhares voltados pra você com pena, é como se as pessoas esperassem que você fosse cair a qualquer momento.
- Como se eu me tornasse uma bomba relogio aos olhos deles.
- Alguma coisa assim. - Rimos daquela situação, Nico perdeu os pais em um acidente de carro a alguns anos, tinhamos mais ou menos uns 13 anos, foi doloroso demais, ele ficou sem poder andar por alguns meses, desde então o diretor do colegio era seu tutor legal, o que fazia com que ele passasse todos os finais de semana e feriados trancado dentro do colegio, não que ele achasse ruim, segundo ele, era bom poder simplesmente continuar onde seus pais batalharam tanto para o colocar, mas devia ser bem solitario. - Sei que não somos dos mesmo dormitorio ou não nos falamos sempre, mas pode contar comigo pro que precisar, eu to aqui.
- Obrigado por isso parceiro, é otimo ouvir isso sem sentir a pena na voz.
- Eu jamais sentiria pena de alguem, sei o quanto doi. - Aquilo realmente me fez pensar, ainda existiam pessoas boas caminhando por aqueles corredores, por mais que não parecesse. O vi sair e fiquei ali, parado por algum tempo repensando a minha decisão, mas não importava o caminho pelo qual minha mente ia, sempre acabava no mesmo lugar, eu não podia permitir que Nina sofresse ainda mais.
- Flor, posso falar com você? - Me aproximei daquela mesa com o coração a mil, eu não sabia exatamente o que fazer ou como fazer, eu só queria que aquilo acabasse de uma vez.
- Claro, o que houve? - Notei o sorriso sarcastico de Ambar sobre mim fazendo o meu sangue ferver, minha maior vontade era esganar ela para que pudesse por um momento me deixar em paz, eu ja estava sendo o maior alvo de pena e comentarios, eu não precisava do pessoal comentando que eu comecei um novo relacionamento dias após enterrar a minha propria mãe.
- Estava pensando que poderiamos sair qualquer dia desses, eu to precisando muito esfriar a cabeça.
- Bom, acho que posso considerar o seu pedido. - Dali em diante foi tudo rapido demais para que minha mente pudesse processar, senti os labios dela sob os meus e por alguns instantes, deixei minha mente vagar lembrando do beijo de Nina, mas não o suficiente para abafar o som de todo o colegio gritando e se agitando com aquilo, parecia até que eu tinha a pedido em casamento.
Me separei daquele beijo e rolei o olhar por todo refeitório até cair sob ela, Matteo me olhava com repreensão e eu podia sentir a raiva de Luna me atingir a metros de distancia, minha vida estava otima antes de Nina chegar, agora eu estava com minha mãe enterrada, um namoro arranjado, um povo com o meu nome na boca, e um coração partido.Nina
Minha mente não me obedecia, meus olhos só conseguiam ver Flor comemorando com as amigas, meu corpo inteiro tremia em um misto de raiva e tristeza, Gaston claramente tinha me usado aquele tempo todo pra uma brincadeira inutil, e eu boba que era, não via que não podia muda-lo, ele sempre ia ser o garoto que colocava a popularidade acima de tudo e naquele momento ele precisava retomar o seu posto.
- Vem Nina, vamos sair daqui. - Senti Luna me puxar pelo braço mas não respondi.
- Eu quero ficar aqui!
- O que? Não! Vamos, não precisava ficar vendo essa babaquice.
- Eu não posso fugir pra sempre Luna, eu quero ficar e terminar a minha comida.
- Como quiser. - Notei Luna e Matteo trocarem olhares preocupados, eu sabia que veria Gaston e Flor bem juntos pelos proximos tempos, era bom eu me acostumar logo com aquela situação.
Mas parecia que Matteo não pensava assim, em um movimento brusco se levantou e saiu, seguido por seu irmão, aquilo com certeza não acabaria bem.Matteo
Eu não reconhecia Gaston, eu precisava ficar o mais longe possivel dele. Fui para o campo afim de encontrar qualquer coisa para descontar a minha raiva, ou tudo que eu iria fazer seria dar outro soco em Gaston, se bem que ele estava mesmo merecendo ja que o primeiro não resolveu.
- Matteo espera. - Ouvi a voz de Gaston e aquilo fez meu sangue ferver. - Deixa eu te explicar o que aconteceu la dentro.
- O que aconteceu? - Parei e me virei subitamente o fazendo tomar um pequeno susto. - O que aconteceu é que você foi um completo babaca outra vez.
- Não foi bem assim, tem um motivo pra tudo isso.
- O motivo é que você não é capaz de lidar com nada, não é capaz de lidar com um sentimento por alguem e muito menos com a dor.
- Como é?
- Ta tentando afogar as magoas pela morte da sua mãe magoando as pessoas.
- Não coloca a minha mãe no meio disso.
- Eu coloco sim. - Meu tom subia cada vez mais. - Porque talvez se ela estivesse aqui colocaria um pouco de juizo nessa sua cabeça;
- Cala a boca Matteo.
- Eu te disse que não ia deixar você magoar a Nina jamais, e é exatamente isso que você está fazendo a cada segundo, eu não te reconheço mais, e eu to realmente sentindo pena de você. - A unica coisa que senti após dizer tudo aquilo foi o chão sob mim, Gaston sabia lutar muito bem ao que parecia, o sangue ficava cada vez mais frio conforme ia escorrendo pelo meu rosto. - Eu te devolveria esse soco, mas acho que nem isso você está merecendo. - Me levantei para olhar diretamente em seus olhos. - Você vai cair irmão, vai quebrar a cara com todas essas atitudes de merda que anda tendo e quer saber, eu vou estar la pra assistir de camarote.
- Vai pro inferno.
- Fique sabendo que vou pedir pra mudarem um de nós de dormitorio, não vou viver sob o mesmo teto que um completo desconhecido.
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Love is the name
Fiksi PenggemarGaston Balsano, lindo e popular, vive grudado com seu irmão e melhor amigo Matteo Balsano. Nina Simonetti, linda e tímida, nova na cidade e no Blake South College, tem como refúgio sua prima e confidente Luna Valente que é namorada de Matteo Balsano...