Segunda, três dias para o casamento. Ainda não sei o que fazer. Não falei com Jake e nem pretendo, estou me sentindo horrível.
- Bom dia Santiago.
Eu o ignorei. Sentei na minha mesa e ajeitei meus casos. Apenas crimes triviais, como furto e pessoas desaparecidas. Joguei meu corpo para trás na cadeira, senti uma dor enorme na lombar. Coloquei a mão no local, estava quente. Decidi esperar até o horário de almoço para ir até a farmácia.
Me mexi constantemente, na tentativa de encontrar uma posição confortável, mas foi em vão. Jake me olhou por cima do monitor.
- Você está bem?
Assenti.
- Tem certeza?
- Minha lombar está doendo - seus olhos estavam confusos, me apressei em explicar. - A parte de baixo das minhas costas está doendo, só isso.
- Você dormiu mal?
Neguei com um balançar de cabeça.
- Começou a doer agora. Já deve passar.
Jake não pareceu convencido.
- Quer que eu compre remédio?
- Eu vou no horário de almoço, obrigada.
Ele assentiu. Voltei aos meus casos. Um garoto rouba constantemente comida de um mercado, o dono ao invés de instalar uma câmera, passou seu relato a polícia.
"O garoto me rouba diariamente. Eu não sei mais o que fazer."
Que tal dar um pouco de comida a ele?
"Acho que mora na rua, tem umas roupas esfarrapadas e anda sempre descalço. O mais curioso é que todo dia ele rouba uma fruta. Ele tem a loja inteira para roubar, mas decide roubar uma fruta".
Estava ficando com pena do garoto e sentindo ódio do comerciante. Sei que não é sua responsabilidade alimentá-lo, mas eu esperava um pouco de humanidade.
"Eu troquei a posição das frutas, coloquei elas do lado de fora para ficar mais fácil. Só estou o denunciando porque foi indicação da assistente social. Ela jurou que ele acharia um lar se as autoridades soubessem de sua condição."
Fechei a pasta com um sorriso no rosto. Escrevi um email, anexei o caso e mandei à essa assistente social, cujo contato estava no fim da folha. Espero que encontre uma família.
Jake jogou uma sacola na minha mesa, me assustando. Eu a abri, era pomada e anti-inflamatório. Sorri para ele.
- Você não precisava ter comprado.
- Não gosto de te ver sofrer.
- Obrigada.
Aquilo me fez sentir mais culpada, a dor intensificou-se. Então é isso. Estou sofrendo pelas minhas mentiras, soa poético.
- Não vai tomar o remédio? - disse me olhando preocupado.
Eu me recompus.
- Claro.
Levantei com dificuldade e caminhei até a cozinha. Minha lombar parecia estar retorcida de tanta dor. Enchi minha garrafa e tomei dois comprimidos. Espero que não seja do tipo que te deixa grogue. Voltei a minha mesa andando curvada.
- Por que está andando assim, Corcunda de Notre-Dame? - perguntou Rosa.
- Minha lombar está me matando.
- Por que não vai pra casa?
Tentei rir, mas tudo o que saiu foi um gato morrendo.
- Nem pensar Rosa, eu estou bem. Nunca estive melhor.
Encarei a minha cadeira, confusa de como me sentaria.
- Quer ajuda?
- Não, eu estou bem.
Sentei com os pés cruzados, senti uma dor aguda ao ajeitar a postura, mas forcei um sorriso.
- Viu? - minha voz soou dolorida.
- Amy, não aguento te ver assim. Vá para casa. - disse Jake.
- Não - repeti. - Preciso resolver meus casos.
Rosa pegou minha pasta da mesa.
- "Idosa desaparecida" - leu em voz alta. - Eu resolvo esse. - ela pegou outro caso. - "Furto de bicicleta". Vou queimar esse.
- Rosa!
- Eu resolvo o da bicicleta - disse Jake. - Agora vá conversar com Holt e tirar o resto do dia.
Eu assenti. Não concordaria se a dor não estivesse me consumindo. Quanto mais gentil Jake era comigo, mais doía. Era o peso da culpa e eu mereço cada pontada nas costas.
•pov jake•
Amy andou curvada para o escritório de Holt. Vê-la assim dói em mim.
- Vocês estão namorando? - perguntou Rosa.
Eu olhei Amy pela janela, ela falava sem jeito com o Capitão, parecia culpada por sentir dor.
- Sim. Quer dizer não. É complicado.
- Ok.
Rosa ia se afastar, totalmente desinteressada no assunto. O único tópico que a prendia era Gina, mas mesmo assim insisti na conversa, precisava de uma opinião que não fosse a de Charles.
- Estamos pegando leve... - falei. Ela cruzou os braços, fingindo prestar atenção, mas olhava para a namorada. - há um mês.
- Um mês? - ela virou o rosto rapidamente para me olhar. - Qual dos dois é o desinteressado?
- Nenhum.
- Vou reformular a pergunta. Qual dos dois pediu para irem devagar?
- Amy.
- Você tem certeza que ela gosta de você?
- Eu sei como soa. Mas veja pelo lado dela. Amy acabou de terminar um relacionamento de 5 anos.
- Ela nem gostava dele, Jake.
Ela tem razão. Amy odiava Teddy, então por que estamos indo devagar? Rosa me olhou, ao perceber que eu estava calado e pensativo ela se afastou, provavelmente para evitar conversa. Amy se aproximou ainda curvada
- Vou para casa, o Terry vai me levar.
- Melhoras.
Ela encontrou Terry no elevador. Observei as portas fecharem e pensei na minha relação com Amy. Ela quem se fechou e por quê?
Autora: oi amores, o que estão achando da fic? Eu amo ouvir críticas construtivas.
Muito obrigada pelas 700 leituras.
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the way i loved you {peraltiago}
FanfictionAmy e Jake eram a perfeita dupla de detetives, trabalhavam juntos como ninguém. A aposta aumentou o número de prisões e destruiu a harmonia do casal. As brigas obrigaram Amy a mudar de precinto e começar uma nova vida, até que em uma quarta-feira el...