Faz cinco dias que descobri da mudança de Jake para NY e que tivemos uma conversa decente. No decorrer da semana apenas trocamos casualidades do trabalho, nada de piadas ou fofocas. Sinto falta das nossas conversas diárias.
- O que tá rolando?
Minha irmã detetive sentou ao meu lado na sala de descanso.
- Nada, eu estou bem. Perfeitamente bem - eu segurei em seu braço e olhei no fundo de seus olhos. - Rosa, eu nunca estive melhor.
- Já que diz.
Ela ameaçou levantar, segurei seu braço e de forma elegante pedi para ficar.
- Rosa, por favor fica, eu estou tão perdida.
Ela sentou.
- Ainda estou surtando com o Jake morando e trabalhando em NY.
- Achei que não gostasse mais dele.
- Por que achou isso?
- Você me falou semana passada - ela me estudou com o olhar. - Você gosta dele?
- Não.
- Então, por que está surtando?
Respirei fundo.
- Nós nos beijamos na festa da Gina.
Achei que ela fosse desmaiar ou soltar fogos, mas não, ela apenas deu de ombros e disse:
- Legal.
Afinal, ela é uma Rosa, não um Charles.
- Rolou mão boba?
- Rosa! - praticamente gritei.
- Desculpa, mãe Teresa.
Engoli minha raiva.
- Como eu estava dizendo - continuei a falar. - nossa relação ficou estranha depois da festa. Nós estávamos tão bem antes - suspirei. - eu só queria viajar no tempo.
- Mas você não pode, tem que lidar com isso como a mulher responsável que é. Eu sei que parece assustador, mas prometo que fica melhor após vocês conversarem.
- Uau. Namorar com a Gina te deixou boa em conselhos.
- Eu vou te picar e vender pro açougue da esquina.
- Isso foi muito gráfico.
Ela sorriu.
- Eu sei.
Decidi ignorar a possibilidade da minha melhor amiga ser psicopata e compartilhar minhas preocupações.
- E se não voltar como era antes?
- Provavelmente não vai. Pode ser melhor ou pior, e infelizmente, não depende só de vocês.
- Depende de quem?
- Do tempo.
Eu suspirei.
- Odeio a Rosa sábia.
- Eu também.
Meu relógio apitou, meu horário de almoço acabou.
- Tenho que ir, te vejo depois.
Joguei a caixa da minha marmita fora e caminhei até a minha mesa. Encontrei com Jake no meio do caminho.
- Voltando do almoço? - tentei puxar assunto.
- Indo almoçar.
- Nós nos desencontramos de novo.
Ele me olhou. Droga, eu disse isso?
- Nós podemos sair depois do expediente.
- Sim, nós podemos. - minha tentativa de não soar estranha fracassou.
- Te encontro na sua mesa às 18h.
- Até mais.
Ele sorriu e foi até o elevador. Peguei minha escova e pasta de dente na minha mesa e caminhei para o banheiro feminino.
- Chegou cedo - disse Gina escancarando a porta. - Ah, é você.
Eu tentei falar um "ei" mas com a boca cheia de pasta soou um "ou".
- Vai fazer o que no fim de semana?
Enxaguei a boca e comecei a escovar a língua. Depois de 12 vezes, eu enxaguei novamente.
- Nada e você?
- Sério? Achei que tivesse um encontro com o Jake.
- Como você sabe?
- Eu tenho acesso as câmeras.
- Isso é ilegal.
- Ilegal é ter câmeras no banheiro.
Olhei ao redor. Gina começou a rir.
- Muito engraçado, Gina.
- Você devia ter visto a sua cara! - ela batia na parede enquanto gargalhava.
- Nem foi tão engraçado assim.
Ela limpou as lágrimas.
- Depois desse momento hilário, preciso de um momento Gina. Por que você não me corrigiu quando eu disse encontro?
- Eu corrigi sim.
- Pensa bem, Azevedo.
Ah.
Ah meu deus.
Ah meu deus.
- Você quer que isso seja um encontro?
- Não, nós somos amigos, só isso.
- Não é o que o seu cérebro está dizendo.
- É sim. - saiu como um sussuro.
Eu guardei minhas coisas na necessárie e sai do banheiro.
- Rosa.
- Amy.
- A Gina está?
Eu assenti. Ela sorriu e entrou no banheiro.
A Gina está errada, eu não tenho segundas intenções com o Jake, nós somos só amigos. Ex namorados podem ser amigos, certo? Eu quero ser amigo dele, certo? Eu estou feliz só tendo ele como amigo, certo?
Passei pela sala de descanso, Jake ria com uma policial uniformizada.
Errado.
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the way i loved you {peraltiago}
FanficAmy e Jake eram a perfeita dupla de detetives, trabalhavam juntos como ninguém. A aposta aumentou o número de prisões e destruiu a harmonia do casal. As brigas obrigaram Amy a mudar de precinto e começar uma nova vida, até que em uma quarta-feira el...