marshmallows and pancakes

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Jake recebeu alta, insisti para que dormisse em casa, ele aceitou depois que eu ofereci marshmallows como café da manhã. Ele dormiu assim que deitou, tirei seus sapatos e desabotoei seu terno para que ficasse mais confortável. Afastei seu cacho rebelde do rosto revelando sua mancha roxa. Por culpa minha, por eu ser uma covarde e demorar demais para falar a verdade.

Dei um beijo na sua testa, ele gemeu um xingamento direcionado ao Wario e voltou a roncar baixinho. Eu ri e fui até o banheiro. Tirei a maquiagem e entrei no chuveiro, meus músculos relaxaram sob a água quente. O dia foi longo, mas pelo menos tudo está esclarecido. Não estou escondendo mais nada da minha família.

Coloquei um pijama e fui comer, passei horas no hospital e minha barriga se retorce de tanta fome. Fiz um misto quente e me sentei em frente a tv. Assisti ao history channel, novamente uma exploração sobre o Egito. Rio sozinha quando lembro de Jake e eu assistindo a um documentário igual a esse.

"Essa é a pirâmide de Gizé, não?"

Eu o olhei impressionada.

"É sim. Desde quando você se interessa pelo Egito?"

"Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Santiago."

Eu o encarei séria.

"A marvel fez uma série com mitologia egípcia."

Naquele mesmo dia maratonamos Cavaleiro da Lua, melhor, naquele mesmo dia eu me tornei obececada por Cavaleiro da Lua. Jake me olhava o tempo inteiro, sempre aguardando a minha reação e eu reagi à altura.

Quando o documentário e o meu sanduíche acabaram, desliguei a tv. Fiz minhas higienes e fui dormir. O braço de Jake me envolveu, me lembro dele se autodenominar "abraçador" e admitir que ainda dorme com bichinhos de pelúcia. Eu ri no momento, mas agora estou tensa, faz anos que não dormimos de conchinha e geralmente era eu quem o abraçava.

A princípio foi uma sensação estranha ter os braços dele ao meu redor, mas logo me acostumei e adormeci tão rápido que nem percebi. Acordei com os nossos alarmes tocando em sincronia.

- Desde quando você acorda às 5?

- Desde nunca.

Me virei para encontrar seu rosto. Nós levantamos e corremos para lados opostos.

- VOCÊ ACORDA VINTE MINUTOS ANTES DE IR TRABALHAR? - gritei olhando o relógio analógico da sala.

- E você acorda 2 horas antes?

- Eu corro, tomo banho, como, vou ao banco...

Ele tapou minha boca com o dedo de forma que me faria rir se não estivesse zangada.

- Por que tem alarme se não acorda agora? - ele perguntou da sala.

- Hora de tomar o remédio. - respondi do banheiro.

Sai do banheiro.

- Pode ir.

Peguei um pouco de panqueca com marshmallow, era tão doce que doía os dentes.

- Como você não tem diabetes?

- NÃO BEI. - Jake gritou com a boca cheia, provavelmente escovava os dentes.

Terminei de comer e fui me vestir. Quando sai ele já estava pronto.

- 5 minutos para chegar no precinto.

Peguei a minha caneca de café e sai correndo pelas escadas. Derramei um pouco de café quente nas calças, xinguei a descida inteira. Jake me esperava no estacionamento.

- Você sabe que pode usar o elevador, né?

Eu o encarei brava.

- Não tá mais aqui quem falou.

Nunca acelerei tanto na minha vida, chegamos no precinto com um minuto de sobra, tempo o suficiente para subir de elevador.

- Vamos contar pra eles?

Eu o olhei, sua testa enrugada indicava que estava preocupado com minha resposta.

- Não quero esconder.

Ele sorriu.

- Nem eu.

Saímos de mãos dadas do elevador.

- Bom dia 99. - disse Jake.

- Bom dia J... - Charles nos olhou, ele veio correndo nos abraçar. - EU SABIA, EU SEMPRE SOUBE.

- Nós sabemos Charles.

- Maneiro, já transaram?

Nós coramos.

- Para com isso Rose, a Amy é virgem. - disse Gina.

Não sou e Jake sabe muito bem disso.

- Eu me cortei. - disse Hitchcock interrompendo a falação sobre mim e Jake. Nunca me senti tão grata a ele.

Scully correu para socorrê-lo, mas como não sabia primeiros socorros só ficou observando o sangue escorrendo da mão do amigo.

- Como?

- Eu não sei, só acordei assim.

- O sangue tá fresco.

- Tá? - ele lambeu a mão, nós grunhimos em coro. - Tá mesmo, devo ter me cortado de manhã.

- Eu vou te ajudar.

Terry o levou até o banheiro masculino. Pude sentar na minha mesa em paz.

- Por que não transaram?

Pulei da cadeira de susto.

Rosa e Gina me olhavam curiosas.

- Não é da conta de vocês.

- Ele é ruim na cama?

- Eu não quero saber disso amor, ele é meu amigo de infância.

- Não é isso. É só...

Eu não sei o que é.

- Estávamos indo devagar, mas agora estamos namorando.

- Então vai rolar?

- Sim. - respondi incerta.

- Amy, não veja vídeos na internet, não é assim que rola.

- Eu sei como rola.

Rosa riu.

- Do que está rindo?

- Rola.

Gina se juntou a risada. Elas se merecem.

- Saíam daqui. - falei rindo.



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the way i loved you {peraltiago}Onde histórias criam vida. Descubra agora