Capítulo 33

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Luíza estava atordoada sem notícias dele, tinha percorrido a cavalo junto com Gabriel por quase toda a região e nada.

Gabriel – Acho que devíamos ter ido até a cabana dele

Luíza – Acha que ele não apareceu por que desistiu mesmo de se casar comigo?

Gabriel – Não minha irmã, mas de repente ele se feriu e conseguiu voltar para casa. Temos que contar com a sorte, essa região é muito extensa.

Os dois resolveram ir até lá, assim que chegaram viram apenas o cavalo dele. Com a sela, estava desamarrado e tinha algumas gotas de sangue em seu corpo.

Luíza – Fizeram algo de mal com ele, Sebastião deve estar morto e a culpa é toda minha. – Diz ela chorando e esperando pelas piores notícias.

Jacinto – Patrão Gabriel, Paulo e os outros peões encontraram Sebastião! – Diz ele angustiado.

Luíza – Vivo?

Jacinto – Muito ferido e estava na margem do rio e com o corpo todo molhado.

Atílio e Guadalupe se juntaram a eles, Sebastião foi levado para dentro da humilde casa. Luíza estava assustada ao ver tanto sangue, Amélia chegou um tempo depois trazida por Saulo para cuidar dos ferimentos dele.

Amélia – Quem fez isso, queria ele morto!

Guadalupe – Será que ele vai resistir?

Amélia – Eu não sei filha, Ester e Margareth me tragam calêndula. O máximo que conseguirem.

As duas saíram para buscar as ervas no meio da madrugada, não conseguiriam trazer o médico da cidade naquele horário e quando viesse poderia ser tarde demais.

Amélia – Está me ouvindo Sebastião? – Ela encostou o ouvido bem rente aos lábios dele, mas não ouviu nada.

Luíza – Sou eu, por favor me diga quem fez isso com você?

Gabriel – Você ainda tem alguma dúvida?

Luíza

Claro que foi ele, só Leandro poderia ter motivos suficientes para fazer algo assim tão terrível. Saí passando por todos que estavam dentro da cabana, Guadalupe segurou no meu braço e eu saímos de dentro.

Guadalupe – Onde você vai?

Luíza – Dar o meu recado para Leandro.

Guadalupe – Não posso deixar que faça isso sozinha.

Montei no cavalo e ajudei Guadalupe a subir atrás, fomos para a casa da família dele. Ouvi o cavalo de Jacinto vir atrás do nosso, certamente veio para nos escoltar com segurança.

Assim que chegamos vi um dos capangas da fazenda acordados e de prontidão para esperar invasores.

Luíza – Como eu esperava Lupe, tem um homem de confiança dele esperando que alguém viesse.

Guadalupe – Se já esperavam é por que...

Luíza – Foram eles, chame Leandro.

Fernando – Duas jovens lindas no meio da noite cavalgando pelos campos, não acham arriscado?

Guadalupe – Não estamos aqui para ouvir seus conselhos senhor, apenas chame seu patrão aqui.

Fernando sorriu e entrou na casa, mas voltou pouco tempo depois. Não com Leandro, mas com Raul.

Raul – O que trás as duas donzelas a essa hora, em minha propriedade?

Luíza – Com todo o respeito que tenho aos seus cabelos brancos, vim para falar com seu filho.

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