Além do horizonte

Capítulo 25

Atílio, Guadalupe e Jamile voltaram para a mansão já quase no fim da tarde e viram o médico chegar junto com o advogado e Amélia os recebeu na porta.

Atílio - O que está acontecendo?

Amélia - Graças a Deus que todos chegaram, venha doutor. Leandro está sentindo muita dor e precisa de cuidados urgentes.

Guadalupe - Não nos deixe aflitos Amélia, diga de uma vez!

Josué - Um dos peões de Atílio agrediu Leandro e parece grave.

Atílio - Sebastião!

Jamile - Como sabe que foi ele?

Atílio - Depois falaremos todos sobre isso, agora o importante é cuidar de Leandro.

O médico subiu as escadas com sua maleta, Atílio e os demais acharam melhor esperar o atendimento para saber o que poderia ser feito.

Atílio - Claro que foi por causa de Luíza, Sebastião a ama e Leandro a estava cortejando a dias.

Guadalupe - Se Sebastião bateu nele, deve ter sido alguma coisa grave. Não quero pensar que Leandro foi capaz de fazer alguma coisa a minha amiga.

Jamile - Vamos esperar que os dois tenham algo a dizer ao meu pai.

Atílio ficou honrado em ser chamado de pai pela primeira vez, era uma sensação diferente mas que aqueceu seu coração. Enquanto isso o médico entrou no quarto, Celina estava ao lado dele e preocupada.

Celina - Doutor o senhor tem que fazer alguma coisa, está sangrando muito e já tentamos de tudo para estancar.

Douglas - Farei o que eu puder, agora é preciso que a senhorita saia e nos deixe a sós.

Celina - Sim senhor, com licença.

Ela saiu e fechou a porta, o médico se aproximou e precisou tocar o nariz lesionado para saber a extensão do problema que iria enfrentar. Ele mal tocou e Leandro começou a gritar desesperadamente de dor e todos na sala ouviram e ficaram ainda mais preocupados, Celina e Amélia se amparavam.

Leandro - Por Deus doutor, se me tocar de novo vou morrer!

Douglas - Seu problema é grave, está com uma dupla fratura nasal. Aqui não podemos cuidar disso e você precisará ir para a cidade com urgência, caso a lesão calcifique você ficará com uma deformação permanente.

Leandro - Peão desgraçado, minha vontade era de acabar com a raça desse maldito.

Douglas - Depois de se cuidar, agora é preciso organizar tudo para que vá se tratar.

Leandro

Se eu for me tratar na cidade, quando eu voltar Luíza pode estar casada com esse maldito. Não posso permitir que isso aconteça, não posso!

Leandro - Admitindo que eu não possa ir com tanta rapidez para a cidade, quanto tempo eu tenho até que meu ferimento possa ser tratado?

Douglas - Não brinque com isso rapaz, você tem posses e pode ir agora mesmo se quiser. O que te prende aqui?

Leandro - A sede de justiça, quero prestar queixa e só vou sair daqui quando Sebastião estiver preso.

Douglas - E se isso levar dias?

Alguém bate na porta, era Amélia levando uma bandeja com água para o médico pois era uma noite quente.

Douglas - Por favor senhora, peça para que um dos parentes do rapaz suba até aqui.

Amélia - Eu já volto.

Algum tempo depois Celina e Atílio entraram no quarto, ele levou um grande susto ao ver o primo quase desfigurado.