Capítulo 22

42 8 4
                                    

Dia seguinte

Guadalupe se levantou mais cedo que Atílio e foi ajudar Amélia a preparar o desjejum, pois agora a casa estava cheia.

Amélia - Vou buscar alguns ovos no galinheiro.

A jovem ficou a esperar na cozinha mexendo um tacho de mingau de milho.

Gabriel - Bom dia!

Guadalupe - Bom dia, dormiu bem?

Gabriel - Sim, agora que estou de volta. Quero te pedir desculpas pelo que fiz no dia do seu casamento, posso imaginar o que esse monstro possa ter feito a você por minha causa.

Guadalupe - Atílio não é um monstro, ele me perdoou pelo que você fez e estamos felizes juntos.

Gabriel - Não pode amar uma pessoa tão orgulhosa, um verdadeiro patife como ele!

Jamile se levantou e não viu Gabriel ao seu lado, decidiu descer as escadas e procurar pelo marido.

Jamile - Gabriel?

 Acabou ouvindo boa parte da conversa dos dois na cozinha...

Gabriel - Eu te amo e não consigo admitir que esteja com esse homem por sua própria vontade. Ele não vai agir contra seus pais se formos embora todos daqui!

Guadalupe - Pois eu estou apaixonada e feliz e trate de entender e se conformar com isso, não nos cause problemas e sobretudo a filha dele.

Jamile - Bom dia!

Gabriel se afastou um pouco mais e logo Amélia voltou com os ovos interrompendo o flagra, Atílio despertou e parecia sequer ter descansado. A carga emocional dos últimos dias estava lhe tirando a paz, fez sua higiene pessoal e um tempo depois se juntou a Celina, Leandro, Jamile e Gabriel na mesa de jantar.

Guadalupe e Amélia ainda terminavam de colocar os bolos, omeletes e mingau de milho sobre a mesa. Jamile e Celina estavam surpresas com a habilidade da anfitriã, que mesmo cega tinha muito mais dotes como dona de casa que as duas juntas.

Atílio - Venha princesa, deixe que Amélia termine de nos servir!

Leandro - Será que Josué recebeu seu telegrama Atílio?

Atílio - Por certo que sim, ele nunca falha a um pedido meu e já deve estar chegando.

Esperavam ansiosos pelo advogado que os ajudaria a realizar os trâmites legais para a compra da propriedade que haviam escolhido no dia anterior.

Leandro - Vai comigo falar com os donos da casa, minha irmã?

Celina - Não, vá você. Prefiro ficar por aqui mesmo!

Ela já tinha feito muitos planos para aquela manhã.

Guadalupe - Jamile, gostaria de dar um passeio comigo mais tarde?

A jovem ficou em silêncio, não havia gostado de saber que seu marido amava Guadalupe e só estava ali por ela. Ainda mais depois de lhe ouvir propor uma fuga juntos.

Gabriel - Ela te fez uma pergunta, não vai responder?

Jamile - Sim, vamos dar um passeio.

Atílio era o silêncio em pessoa, tomaram o café da manhã e logo o advogado chegou e saiu junto com Leandro. Pouco tempo depois, Guadalupe subiu as escadas de braço dado com Atílio.

Atílio - Vou com Sebastião á cavalo até a fazenda dos Antunes, ele me disse que alguns animais nossos atravessaram para lá e o maldito atirou neles!

Guadalupe - Não quero que brigue, converse e entrem em um acordo.

Atílio - O que menos quero na vida são mais problemas, fique despreocupada. Estou indo apenas para conversarmos!

Além do horizonteOnde histórias criam vida. Descubra agora