Capítulo 30

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Um mês depois, Guadalupe estava com dois meses de uma gestação tranquila e sem muitos enjoos. A cada dia amava mais a possibilidade de ter um fruto do amor dela e Atílio em seus braços.

Ele cuidava dela com ainda mais devoção do que antes, as custas de muito trabalho de todos, até de Gabriel eles conseguiram recuperar o prejuízo que veio com o incêndio. A casa que Atílio daria para Jamile e Gabriel já estava quase pronta e apesar de gostar de viver ao lado do pai e da madrasta, ela acreditava que sozinhos ela conseguiria conquistar o amor dele mais facilmente.

Guadalupe – Não sei se por eu querer tanto estar com ele em meus braços, acho que às vezes sinto um bebê dentro de mim.

Amélia – Ainda é muito cedo para isso, depois do terceiro mês.

Atílio – Você já teve algum filho Amélia? Nunca me disse nada a respeito;

Amélia – Claro, claro que não tive. Mas me lembro de ouvir minha mãe dizer sempre para mim e minhas irmãs. – Disse ela quase gaguejando de nervosismo.

Atílio – Entendi, mas nada em Guadalupe é como nas outras pessoas, ela é diferente de nós. Tem uma aura evoluída!

Jamile – Papai, papai! Chegou um telegrama. – Diz a jovem correndo com o papel em mãos.

Ela o entregou e Atílio que prontamente leu.

Guadalupe – Algo importante? – Perguntou chegando mais perto dele.

Atílio – Celina e Leandro estarão de volta em poucos dias, dizem que as cirurgias dele felizmente deram certo. Isso é bom, meu tio Raul precisa de ajuda para administrar as terras dele e sua esposa irá chegar também daqui a pouco tempo.

Amélia – Felizmente, parece que tudo por fim irá se acertar. Mas sei que algo te aflige, vai me dizer ou todas nós teremos que adivinhar?

Atílio – A volta deles me preocupa e muito. – Diz ele abraçando a esposa pela cintura.

Jamile – Por que?

Atílio – Por que Sebastião sai hoje mesmo da cadeia.

Guadalupe – Sebastião precisa ter cuidado com ele, precisam conversar e quem sabe acabar de uma vez com essa briga!

Luíza estava colocando o seu melhor vestido para ir até a cadeia buscar Sebastião, nunca o havia abandonado e a cada dia os dois descobriam mais afinidades e sonhavam juntos.

Saulo – Não é conveniente que vá buscar seu noivo sozinha, já estão a falar de você o tempo todo indo para lá visita-lo.

Luíza – Eu quero estar lá quando ele sair papai, por favor não me tire o direito de ver ele.

Saulo – Por isso mesmo, iremos nós dois.

Ela sorriu e o abraço em agradecimento, cada um montou em seu cavalo. Sabiam que ele teria que percorrer um longo caminho até que pudesse voltar para casa.

Não muito longe dali...

Delegado – Está livre peão. E vê se não me apronte mais nenhuma contenda ou te enfio em uma cela e jogo a chave fora.

Sebastião respirou aliviado, mal podia acreditar que teria em fim sua liberdade de volta. Pegou as poucas coisas que tinha e saiu disposto a conquistar de vez o coração de Luíza, caminhou pela estrada de terra sabia que estava a léguas de sua cabana. Quando viu ao longe dois cavalos se aproximando e a poeira da estrada se levantar, seu coração vibrou ao ver seu grande amor em um deles.

Sebastião – Luíza! – Diz ele vendo-os se aproximar.

Luíza – Eu vim com meu pai para levarmos você até sua casa.

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