Capítulo 45

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Alguns dias depois...

Guadalupe

Assinei os papéis da separação, pedimos ao tabelião para que fizéssemos isso em salas separadas. Atílio pediu para não me ver neste dia e o pedido foi aceito, assinei e fui para casa chorar até meus olhos secarem.

Era o dia do meu casamento, tantos sentimentos me amarguravam o coração. Lembranças dos dias tão felizes que tive ao lado de Atílio e do quanto eu estava nervosa no nosso grande dia, não estava feliz ao dizer sim a ele, mas conforme os dias passaram eu compreendi o quanto o me fazia bem estar com ele por que eu já sentia amor.

Mais uma vez minha mãe estava ali comigo, me ajudando a colocar o vestido. A cerimônia seria realizada aqui mesmo, na casa dele e eu pedi que apenas a família estivesse comigo. Não sei se Jamile e Gabriel virão aqui, em respeito a Atílio e nem mesmo Sebastião que era um dos padrinhos.

Me casar contra a vontade de todos não estava sendo fácil.

Ester – Você está muito bonita filha!

Guadalupe – Obrigada mamãe, por estar aqui me dando a sua força apesar de tudo.

Ester – Estou ao seu lado, sempre.

Célia -Todos os convidados já estão esperando e o padre já chegou.

Guadalupe – Eu já vou.

Ester – Tem certeza?

Guadalupe – Meu coração diz sim e não ao mesmo tempo, mas esse bebezinho que está lá embaixo, precisa de mim e ele já me ama como eu o amo também.

Ester – Que Deus te abençoe e que você possa ser feliz.

Fomos para a sala, ouvi vozes conhecidas e tinha que pelo menos tentar sorrir.

Igor – Você está lindíssima!

O padre não celebraria a nossa união como um casamento formal, para o catolicismo as pessoas só se casam uma vez na vida perante Deus. Então ele nos daria uma benção, ele fez as orações e simbolicamente Igor colocou a aliança em mim e eu nele.

Pela primeira vez me tocou como mulher e surpreendeu-me com um beijo na boca.

Igor – Um brinde a minha família!

Recebi alguns abraços enquanto a minha mãe ficou com Benjamin.

Leonel – Sabe que sempre terá sua velha casa esperando por você.

Guadalupe – Sim papai, eu agradeço a minha mãe e ao senhor por tudo.

Nos abraçamos forte.

Luíza – Saiba que eu desejo que você seja feliz.

Guadalupe – Obrigada, Jamile e Gabriel?

Sebastião – Desculpe Lupe, eles não vieram.

Almoçamos todos, havia música e muita fartura. Depois que minha mãe foi embora e boa parte dos convidados também, pois o silêncio estava invadindo aos poucos aquela casa.

Nádia – O patrão pediu para que a senhora beba isso.

Guadalupe – E o que é?

Igor – Apenas um chá, típico de minha região. O sabor pode não ser dos melhores, mas deve tomar isso ao menos uma vez na semana.

Não questionei nada, apenas tomei tudo de uma vez e o sabor era terrível.

Igor – Célia, cuide de Benjamin!

Célia – Sim senhor.

Ele pegou em minha mão e sei que me levava para o quarto, ouvi a porta se fechar. Um medo invadiu meu corpo e eu quis chorar, mas não posso fazer isso.

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