Capítulo 4

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🌸 Amanheceu e Ester ajudava a filha a escolher um belo vestido, como sempre e fazer um penteado em seus longos cabelos negros.

Ester - Filha precisamos falar sobre um assunto importante.

Guadalupe - Pode falar mãe.

Ester - Sabe que seu pai e eu nos preocupamos muito e sempre quisemos o seu bem.

Guadalupe - Eu sei, mas devem pensar mais em vocês. Apesar de tudo...eu posso cuidar de mim.

Ester - Você pensa que pode filha, mas não tem noção das maldades desse mundo.

Ester se sentou na frente da filha e segurou suas duas mãos.

Ester - Nossa decisão pode parecer severa e dura, mas um dia você vai entender...quando tiver os seus filhos.

Guadalupe - Não vou ter filhos!

Ester - Hoje a noite você ficará oficialmente noiva do Gabriel.

Guadalupe - De jeito nenhum mamãe...eu nuca desobedeci a senhora e meu pai, mas não admito que os dois interfiram assim no meu destino. Não quero me casar, nem com ele e com nenhum outro.

Ester - Já está decidido e esse anel que ele te deu em seu aniversário é de compromisso.

Guadalupe arrancou o anel do dedo e saiu correndo para fora de casa, sabia andar por aquelas terras desde pequena. Foi ao estábulo, montou em seu cavalo e saiu sem nem mesmo guiá-lo pelo olfato antes...saiu sem rumo.

Naquela mesma manhã Atílio e o advogado conversavam sobre as terras de Leonel e os dois passeavam á cavalo.

Josué - Sua fazenda é uma verdadeira obra de arte.

Atílio - Fico lisonjeado com vosso elogio, mas o assunto que lhe pedi pelo telegrama...conseguiu verificar?

Josué - Por certo que sim, esse tal Leonel não em qualquer escritura de propriedade em seu nome. Mas se vive nesse tal rancho a anos poderia apelar pela posse em usucapião.

Atílio - Sei do que se trata essa lei, então apesar de não ter sequer uma prova de que as terras são dele ainda pode pedir a posse pelo tempo em que vive naquele lugar.

Josué - Exatamente.

Atílio - Eu quero aquela propriedade.

Josué - Sós e ele regularizar a posse e lhe vender...entregar a escritura do rancho.

Atílio - Quero que o defenda e que ele fique com as terras...

Josué - E depois?

Atílio - Depois eu consigo tirar dele em uma mesa de jogo!

Ao olhar par ao lado Atílio viu Guadalupe cavalgando sozinha, dessa vez não estava em direção a cidade.

Atílio - Só pode ser o meu dia de sorte!

Josué - O que disse?

Atílio - Se importa em voltar para para a mansão sozinho?

Josué - Claro que não.

Atílio sorriu e fez seu cavalo galopar com maior velocidade, até alcançar Guadalupe.

Atílio - O que faz assim tão sozinha em minhas terras?

Guadalupe - Senhor Atílio, me desculpe por ter invadido. Calculei errado a distância...achei que ainda estava perto de casa.

Atílio - Reconheceu tão facilmente a minha voz, seu cavalo é um corcel muito alinhado.

Guadalupe - Sua voz é grossa e imponente...eu ganhei raio de sol do meu padrinho quando fiz 10 anos de idade.

Atílio - Sem dúvida foi um lindo presente, mas você não parece feliz. Está com os olhos vermelhos, quem teve a audácia de te fazer chorar?

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