Capítulo 29

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Guadalupe

Fiquei deitada com minha mãe, mas ambas sem conseguir pegar no sono pois a preocupação nos deixava vigilantes. Muitas horas depois, os homens voltaram para casa, sujos e muito cansados de combater o fogo.

Atílio – Felizmente conseguimos salvar uma parte da plantação, mas o prejuízo foi enorme. – Diz ele ainda transpirando e se sentando ao lado da esposa na cama.

Guadalupe – Sinto muito por isso amor!

Atílio – Bens materiais a gente conquista novamente, tudo o que tenho de mais precioso está aqui na minha frente.

Ester – Muito bem filho e já que felizmente tudo se resolveu, Leonel e eu iremos para casa.

Atílio – Se preferirem podem ficar e descansar, Leonel trabalhou muito.

Leonel – Estou cansado realmente, mas prefiro descansar na minha velha cama.

Atílio – Está bem então, vou pedir a Paulo que os leve para casa de carro.

Luíza, Saulo e Margareth foram para casa. Apesar do que havia acontecido e do vexame de Gabriel, havia sido um jantar agradável e ainda na volta para casa...

Luíza – Depois de todas as coisas que aconteceram eu não pude dizer o que eu pretendia nesse jantar.

Margareth – E o que foi?

Luíza – Sebastião e eu iremos nos casar assim que ele sair da prisão, claro se vocês concordarem.

Saulo – Ainda não estou convencido sobre o motivo da surra que ele deu no primo de Atílio. Só se falam nisso por todos os lugares que tenho andado.

Luíza – Foi por ciúme de mim e um mal entendido, mas tudo vai se resolver e vou me unir a ele.

Margareth – Não parece estar muito empolgada com o noivado.

Luíza – Mas vou ficar, Sebastião e eu seremos felizes assim como Guadalupe e Atílio são.

Margareth – Tenho certeza que sim.

Dia seguinte

Gabriel acordou com uma baita ressaca e sem esse lembrar do que havia acontecido e no vexame que havia dado durante o jantar. Jamile entrou no quarto com uma bandeja nas mãos, havia um café forte e sem açúcar que Amélia havia feito para ajudar a curar a ressaca e algumas fatias de bolo.

Jamile – Coma e trate de voltar ao trabalho, precisam de você lá no milharal.

Gabriel – No milharal?

Jamile – Enquanto você estava caído aqui nesta cama e bêbado, atearam fogo na nossa colheita e meu disse que perdemos boa parte dela.

Gabriel – Quem faria algo assim? Não tivemos chuvas com raios ou algo que justifique um incêndio natural.

Jamile – Foi provocado.

Gabriel tomou o café bem rapidamente, lavou o rosto e desceu as escadas ainda terminando de abotoar a camisa.

Gabriel – Onde está Atílio?

Amélia – Foi conversar com os peões.

Ele foi até lá, todos estavam reunidos.

Atílio – Temos um inimigo poderoso, mas eu tenho bons homens ao meu lado. Quero que de agora em diante façam turnos para vigiar a casa e os arredores da fazenda, Igor Antunes não vai descansar até me destruir por completo.

Gabriel – E por que ele quer tanto assim te destruir, Atílio?

Atílio – Vejo que amanheceu bem, mesmo depois do grande vexame que fez no jantar.

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